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País consegue contornar pressões para controlar emissão de gases-estufa

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Por Redação
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O Brasil conseguiu contornar, na II Cúpula União Européia-Brasil, pressões européias para que se comprometesse com o estabelecimento de limites para a emissão de gases-estufa - um tabu para a diplomacia brasileira, alinhada à posição de que os países industrializados, maiores emissores, devem se responsabilizar pelos cortes. Nas declarações após reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, os três usaram expressões que indicaram tentativa de convergência de posições. Segundo noticiou o Estado, a França pretendia pressionar o Brasil por limites nas emissões. Lula ressaltou o recentemente lançado Plano Nacional Sobre Mudanças Climáticas, que, até 2017, pretende reduzir em 71% o desmatamento em relação aos valores observados de 1996 a 2005, e em 80% até 2020. "Isso representa menos 4,8 bilhões de toneladas de CO2 emitidos", disse o presidente brasileiro. Lula afirmou que o compromisso não é só do governo, mas das entidades da sociedade civil que tratam da questão ambiental, e referiu-se em tom ameno à soberania brasileira sobre a região amazônica. "É um compromisso do País, para o País e para o mundo. Porque dizemos todo dia que a Amazônia é brasileira, mas que queremos partilhar os benefícios da Amazônia, sobretudo no que diz respeito à sua riqueza de biodiversidade, com o mundo científico", declarou. Durão Barroso elogiou o plano brasileiro - que não se compromete com limites de emissões, mas de desmatamento -, mas lembrou as responsabilidades do Brasil no problema. Ele elogiou o programa brasileiro do etanol e disse que a soberania brasileira sobre a Amazônia implica responsabilidades. "A Amazônia é brasileira. Sabemos disso. Ao mesmo tempo, há, sem dúvida, um problema que é global. Tudo o que o Brasil puder fazer para ajudar a resolver este problema global será reconhecido como muito importante pela comunidade internacional", disse Durão Barroso. Sarkozy, em seu breve pronunciamento, também elogiou o plano brasileiro. "É uma enorme novidade", afirmou, referindo-se ao programa anunciado por Lula.

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