PUBLICIDADE

Paes anuncia secretariado e promete retomada de serviços básicos à população

Novo prefeito do Rio precisará enfrentar rombo nas contas públicas estimado em R$ 10 bilhões

Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan
Atualização:

RIO - O prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), empossou seu novo secretariado no fim da tarde desta sexta-feira, 1º,  prometendo a retomada com eficiência de serviços básicos à população ao mesmo tempo em que precisa enfrentar um rombo nas contas públicas estimado em R$ 10 bilhões. Apesar disso, em seu discurso no Palácio da Cidade, uma das sedes do governo, afirmou que "não irá ficar se lamuriando por essa herança maldita".

Novo prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM) diz que irá priorizar serviços à população mais pobre da cidade Foto: Prefeitura do Rio / Reprodução Facebook

PUBLICIDADE

Novo secretário de Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo disse que terá uma noção mais exata do tamanho do rombo a partir deste sábado. Há dois desafios no curto prazo: restos a pagar e o salário dos servidores. Assim, a ordem no novo governo é cortar gastos.

Com pouco espaço para investimentos, Eduardo Paes afirmou que irá priorizar os serviços, em especial os voltados aos cidadãos mais pobres. "Eu sempre digo que governar é igual a ter dois filhos, e eu tenho dois. A gente ama os dois filhos da mesma forma, mas às vezes um precisa de mais apoio e atenção do que o outro. E os mais pobres desta cidade precisam de mais atenção do que aqueles que estão em melhores condições sociais", disse.

O discurso, aliás, foi recheado de referências ao governo de Marcelo Crivella (Republicanos), mas o ex-prefeito, que está em prisão domiciliar, não teve seu nome citado em nenhum momento - a não ser na entrevista coletiva concedida após a cerimônia. Em vez disso, o "novo" prefeito usou termos como "meu antecessor" e "gestores incapazes, inaptos". Também afirmou que o elevado número de mortes por covid-19 na capital fluminense - o total chegou a 14.905 neste dia 1º - se deve em parte "à incompetência da gestão municipal" e "à péssima gestão na saúde".

Depois, em rápida entrevista coletiva, Eduardo Paes voltou a falar em eficiência, mesmo que tenha aumentado o número de secretarias. "Crivella tinha 12 pastas, nós vamos ter muito mais do que isso. Nós não vamos seguir o modelo de gestão do Crivella. Você ter mais pastas não significa ter mais gastos, ao contrário. É importante que você tenha a representação política adequada", disse. "Aliás, me contam que eram 12 secretários numa tentativa de criar os 12 apóstolos."

O prefeito também falou sobre a vacina contra o coronavírus. "Eu estive conversando com vários laboratórios, mas o que você tem de concreto no Brasil é a Coronovac e agora, finalmente, saindo a da Fiocruz com a Universidade de Oxford. O que eu estou esperando é o Plano Nacional de Imunização. Eu não me importo se é a vacina de Oxford, se é a Coronovac, se é Fiocruz ou Butantã. O importante é o brasileiro ser imunizado", disse.

Maia

Publicidade

Enquanto o nome de Crivella foi dito apenas de forma indireta na cerimônia, o mais citado foi o do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do mesmo partido do prefeito eleito. Maia ganhou lugar na primeira fila. E, em seu discurso, Paes citou o congressista em pelo menos três oportunidades, a quem definiu como "grande brasileiro".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.