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Padre Eustáquio está perto da beatificação

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Por Agencia Estado
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A conclusão do processo de beatificação do padre Eustáquio van Lieshout, missionário holandês que atuou em São Paulo e Minas no século passado, é aguardada com ansiedade pela Paróquia dos Sagrados Corações, na zona Oeste de Belo Horizonte. Segundo Lúcio Dumont Prado, padre provincial da Congregação dos Sagrados Corações no Brasil e vice-postulador da causa de beatificação, uma equipe de médicos indicada pelo Vaticano reconheceu em março como extraordinária e sem explicação científica uma cura atribuída ao padre. Essa é a última etapa para que o religioso receba o título de beato ou bem-aventurado. "A comissão examinou o caso, uma cura de câncer, rápida, duradoura e inexplicável", diz o pároco. "O parecer será encaminhado ao papa e a gente espera que logo ele possa fazer marcar a data de beatificação", diz padre Dumont. Se tudo der certo, o decreto deve ser assinado no fim do ano ou no início de 2005. Ainda será necessário mais um milagre para que Padre Eustáquio seja alçado à categoria de santo. Missionário Eustáquio nasceu em 3 de novembro de 1890, em Aarle-Rixtel, na Holanda. Veio para o Brasil em 1925 e foi pároco em Romaria (MG), Poá (SP), lbiá (MG) e Belo Horizonte, onde morreu em 30 de agosto de 1943, vítima de tifo. Sua fama de santidade surgiu nos anos 1930, quando chegou a Poá. Atribuiu-se a ele uma série de fatos extraordinários, como curas promovidas por uma água benta milagrosa que ele havia trazido de Lourdes, na França. Em 1949, seis anos após a morte do padre, seus restos mortais foram transferidos do Cemitério do Bonfim para um túmulo dentro da Igreja dos Sagrados Corações, hoje conhecida como Igreja Padre Eustáquio. O templo abriga um museu do religioso, onde estão expostos alguns de seus objetos pessoais, como uma batina, um chapéu, fotos e uma máscara mortuária. Em 1956, foram iniciados os trabalhos para o processo de beatificação do religioso. A paróquia fica num bairro popular de Belo Horizonte que foi rebatizado com o nome do padre - antes se chamava Vila Celeste Império. Ali o religioso viveu pouco mais de um ano. Todos os dias 30 de cada mês são feitas celebrações para lembrar a morte do padre holandês. Com a beatificação, imagens dele poderão ser colocadas no altar da igreja. Reza Creusa Tiago Reis, de 74 anos, 63 vividos no bairro, comanda a reza semanal de um terço pela beatificação . Ela se orgulha de ter conhecido Padre Eustáquio quando era adolescente. "Só de falar nisso, eu arrepio", afirma. A imagem que guarda do futuro beato é a de um homem sisudo, mas atencioso, que costumava tomar café em sua casa. Numa dessas ocasiões, teria curado o irmão mais novo de Creuza, de 4 anos, de uma gagueira apenas com um tapinha na cabeça. Creusa trabalha numa pequena loja de artigos religiosos do Padre Eustáquio, dentro da igreja. "O dinheiro arrecadado é usado nas despesas com o processo de beatificação", garante ela.

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