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Padilha defende candidato próprio do PMDB

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, afirmou, nesta quarta-feira, em Porto Alegre (RS), que a candidatura própria à Presidência da República é uma questão de sobrevivência para seu partido, o PMDB. "O PMDB é o maior partido do Brasil há três décadas e não vai renunciar a esta condição", declarou o ministro. "Se ele não tiver candidato próprio não será mais o maior partido do Brasil", emendou Padilha. Pouco antes de realizar seu primeiro encontro oficial com o governador gaúcho, Olívio Dutra (PT), Padilha disse que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) é seu candidato à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo Padilha, Simon é o nome preferido da cúpula do PMDB para representar a legenda na eleição. "Não significa que não vamos admitir os demais pretendentes", acrescentou. "Se tivermos dez, melhor, mas o meu candidato é Pedro Simon", resaltou. Padilha anunciou que pretende deixar o ministério em abril de 2002 para ser candidato a deputado federal e coordenador da campanha de Simon. Questionado sobre o fato de ter realizado sua primeira audiência com Olívio na metade da gestão do governador, Padilha, que é gaúcho, disse que o encontro foi resultado de circunstâncias políticas favoráveis e do desdobramento de discussões sobre a Empresa de Trens Urbanos (Trensurb), que pertence à sua pasta. Olívio e Padilha debateram, por cerca de uma hora, a proposta do ministério de transferir da União para o Estado a administração do Trensurb. Ao final da reunião, concordaram em formar um grupo de trabalho para elaborar protocolo que prevê a estadualização do serviço. A equipe será coordenada pelo secretário de Planejamento do Estado, Adão Villaverde, e pelo diretor-presidente do Trensurb, Pedro Bisch Neto, e vai reunir técnicos da União, do Estado e da capital gaúcha. Villaverde afirmou, contudo, que a transferência do sistema será estudada pelo governo. O secretário lembrou que o Trensurb tem subsídios que atingem dois terços do custo do serviço. Esta política representa R$ 40 milhões por ano, informou Bisch Neto. Na hipótese de não ser aceita a transferência, o Ministério dos Transportes irá avaliar o futuro do Trensurb, um serviço que não pertence mais às atribuições da pasta, podendo decidir-se pela privatização ou eliminação dos subsídios. Nesta possibilidade, ficaria inviabilizada a expansão do trem, que prevê a implantação de uma linha de metrô em Porto Alegre. A chamada linha 2 do projeto teria 21 quilômetros de extensão, sendo 12 deles subterrâneos. Seu traçado iria ligar a zona norte, na avenida Assis Brasil, à leste, no bairro Azenha ? percorrendo o centro da cidade. A demanda esperada pelo ministério nesta linha é de 450 mil passageiros. "Temos um ano para amadurecer as tratativas", observou Padilha, que espera concluir as negociações, o protocolo, o futuro contrato de transferência do Trensurb e o financiamento para a expansão do serviço antes de deixar o ministério. O secretário Villaverde afirmou que o tema é difícil e está sendo debatido desde 1993 no Estado. Mesmo com a participação das três esferas de governo (União, Estado e município) e a eventual presença da iniciativa privada, a construção da linha 2 do Trensurb é uma obra de mais de R$ 1 bilhão, destacou Villaverde. O ministro informou que já há um interventor trabalhando no processo de extinção do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), que será absorvido pela futura Agência Nacional de Transportes. Padilha disse que o projeto que cria a agência deve ser votado em março no Senado. O grupo de transição que prepara a mudança no órgão, formado pela Casa Civil, Advocacia-Geral da União e ministério, trabalha há seis semanas na extinção do DNER, disse o ministro.

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