P-34 não tem previsão para voltar a operar

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Por Agencia Estado
Atualização:

A plataforma de produção de petróleo P-34, que passou três dias sob risco de naufrágio na Bacia de Campos, região produtora do litortal Norte do Estado do Rio, não tem ainda previsão de retorno às operações. Segundo a Petrobras, técnicos da empresa continuavam na plataforma ontem averiguando a extensão dos danos causados pelo acidente, para depois definir um prazo para o retorno. Cada dia de paralisação na plataforma custa à estatal US$ 816 mil, valor de venda dos 34 mil barris de petróleo produzidos pela embarcação. Na opinião do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, porém, o retorno pode ser demorado. O presidente da entidade, Fernando Carvalho, acredita que a plataforma terá que ser transportada para um estaleiro para os reparos necessários. Um dos funcionários que estava na P-34 no domingo - quando uma pane elétrica seguida de falhas no sistema de segurança provocou o adernamento da plataforma - acredita que os reparos vão levar um "bom tempo", segundo Carvalho. A Petrobras, porém, minimiza os prejuízos com a paralização da plataforma. Segundo a empresa, a produção da P-34 representa apenas 2% da produção nacional de petróleo, superior a 1,5 milhão de barris por dia. Além disso, duas novas unidades devem começar a produzir em novembro, nos campos de Roncador - onde estava a P-36, que naufragou em março do ano passado - e Jubarte, a mais nova descoberta da estatal. A empresa mantém as investigações sobre as causas do acidente. A plataforma tem uma espécie de caixa-preta, onde ficam gravadas as informações sobre a operação. Com a análise desses dados, será possível indentificar se houve falha humana. Para alguns especialistas, esta possibilidade não pode ser descartada. O sindicato dos petroleiros foi à Justiça reivindicar participação na comissão. "Mais uma vez eles nos deixaram de fora", reclamou Carvalho. A entidade só conseguiu acompanhar as apurações sobre o destastre da plataforma P-36 depois de conseguir uma liminar judicial. Para o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), a Petrobras deve iniciar um trabalho de investimentos e revisão de procedimentos na área de exploração e produção de petróleo. "Não é normal que ocorram dois acidentes assim em um ano, um ano e meio", afirmou.

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