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Outros partidos da base aliada cobram mais espaço nos Estados

PP e PR exigem o preenchimento de cargos de segundo escalão

Por Eugênia Lopes
Atualização:

Pequenos, mas com um apetite de PMDB, os outros partidos da base aliada também reclamam mais cargos de segundo escalão nos Estados. "Nossa bancada tem 42 deputados e até agora somente dois ou três foram atendidos em seus pleitos nos Estados", afirmou ontem o líder do PP, deputado Mário Negromonte (BA). Segundo ele, levantamento do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, mostra que apenas 3% dos cargos federais nos Estados estão preenchidos por indicados de partidos aliados ao Palácio do Planalto. As planilhas com os postos em negociação serão apresentadas hoje por Múcio em reunião com os líderes de partidos aliados, que reivindicam a imediata nomeação de seus indicados. O preenchimento dos cargos de segundo escalão nos Estados está praticamente parado desde o início do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2007. "O ministro Múcio nos prometeu fazer um PAC da credibilidade", disse Negromonte. O deputado cita como exemplo de falta de atenção do governo com os partidos de sustentação do governo no Congresso a nomeação, no início de outubro de 2007, de Nilo Meira Filho para a superintendência do Banco do Nordeste (BNB) na Bahia. Segundo Negromonte, Nilo foi indicado para o cargo pelo presidente do BNB, Roberto Smith, que alegou que a superintendência baiana teria de ser ocupada por um técnico, de preferência um funcionário de carreira, e não por apadrinhados políticos. "Antes esse cargo era indicado por nós. Agora, o presidente do BNB diz que não pode ser mais", afirmou o líder do PP. "O Walfrido (Walfrido Mares Guia, ex-ministro das Relações Institucionais) engoliu isso. Mas agora o ministro José Múcio prometeu resolver." O PR é outro que está na fila à espera de ver seus indicados nomeados para cargos de segundo escalão. Há meses o partido reivindica um cargo para acomodar o ex-governador do Ceará Lúcio Alcântara. O partido também pleiteia a presidência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e as superintendências das Unidades Regionais do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Units) de Santa Catarina e da Paraíba. Para o vice-líder do PMDB na Câmara, Tadeu Filippelli (DF), não são todos os cargos federais nos Estados que estão disponíveis para ser ocupados pelos aliados políticos. "O governo tem determinados espaços que é obrigado a manter. São segmentos que têm de ter a cara do governo. Acredito que 40% dos cargos são praticamente intocáveis. O resto, 60%, pode perfeitamente ir para os partidos da coalizão", afirmou.

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