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Osmar Dias critica nomeação de Jader para a CCJ

Por Agencia Estado
Atualização:

O senador Osmar Dias (PDT-PR) criticou a nomeação de Jader para a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ). "É um direito do líder (do PMDB, senador Renan Calheiros, de Alagoas), mas cabe discutir se é ético dar a ele o direito de falar na discussão de um assunto em que ele é o suspeito de estar envolvido", afirmou. O senador paranaense foi designado para dar o parecer na CCJ sobre se Jader pode ou não se defender antes da abertura do processo contra ele, em função do suposto envolvimento com o desvio de recursos do Banpará. Dias afirmou que uma eventual decisão da CCJ, assegurando o direito de defesa do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), poderia adiar a abertura do processo contra o senador paraense indefinidamente. "Se for assegurado o direito amplo de defesa, ele (Jader) poderá obter um milhão de testemunhas, pedir perícia técnica e audiências públicas para que isso chegue até, pelo menos, dezembro. E se chegar lá, dificilmente esse processo vai para frente", avaliou Dias. O senador descartou a possibilidade de um pedido de vistas permitir mais uma protelação. Segundo ele, quando há um prazo determinado - que neste caso é de dois dias e termina na própria quarta-feira - o pedido de vista é de apenas uma hora. "O que isso iria adiantar para ele?". Dias comentou ainda a possibilidade de Jader decidir renunciar caso o processo contra ele seja aberto. "Essa brecha precisa ser discutida", disse. "Estou vendo que com essa brecha meu parecer poderá definir se ele vai renunciar ou não". Insatisfação A decisão do líder do PMDB não foi bem recebida entre os senadores. "Não acho isso interessante. Não soa bem", afirmou o senador José Fogaça (PMDB-RS), ao criticar a iniciativa de Calheiros. Na sua avaliação, a indicação de Jader para a CCJ "parece coisa encomendada", uma vez que, mesmo não sendo titular, ele pode atuar na comissão. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) considerou "uma provocação" de Renan, uma vez que a CCJ vai examinar questão de ordem do próprio Jader pedindo ampla defesa no Conselho de Ética antes da leitura do relatório, que pede abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra ele. A senadora chama a atenção para o fato de o regimento determinar que o assunto seja deliberado no conselho mesmo que algum senador venha a pedir vista na CCJ. "Nós não aceitamos flexibilidade do regimento", disse ela, afirmando que o PT não aceitará manobras para favorecer Jader.

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