
01 de dezembro de 2015 | 11h59
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta manhã que cabe aos partidos políticos entrarem com uma representação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética contra o senador Delcídio Amaral (PT-MS). O petista está preso desde a quarta-feira da semana passada por ordem do Supremo Tribunal Federal sob a acusação de ter tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
"Os partidos que devem tomar providências, o façam. Essa tarefa não cabe ao presidente do Senado. Eu hoje vou conversar com todos, vou ouvir pontos de vista e recolher opiniões mas essa iniciativa cabe aos partidos e às bancadas", disse.
Partidos de oposição como o PSDB, o DEM e a Rede pressionaram para que Renan mandasse o caso de Delcídio diretamente para o Conselho sem a necessidade de uma representação movida pelos partidos. Contudo, diante da inércia do peemedebista, as legendas decidiram entrar com o pedido no colegiado nesta terça-feira (1).
Para Renan, a iniciativa no Parlamento sempre coube aos partidos e, como as legendas já anunciaram que entrarão com a representação, não adianta a Presidência do Senado tomar uma iniciativa como essa.
Questionado sobre o fato de a oposição alegar que a Casa estaria se omitindo no caso do petista, ele respondeu. "Se os partidos não fizerem, é evidente que caberá à Mesa (Diretora do Senado, presidida por Renan) fazê-lo. Mas o mais recomendável é que os partidos façam, até porque eles estão dizendo que vão fazer isso", frisou.
O presidente do Congresso classificou a prisão de Delcídio - a primeira de um senador durante o exercício do mandato desde 1988 - como grave, relevante e que surpreendeu a todos. "O senador Delcídio tem com todos nós o melhor relacionamento, é um grande relações públicas e qualquer iniciativa vai partir das bancadas, dos partidos", disse.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.