Organizadora de marcha diz que conflito fora do congresso foi racismo e que acionará Justiça

Segundo Iêda Leal, participantes do evento foram agredidas sem razão por manifestante acampados no gramado; enfrentamento teve tiros, presos e spray de pimenta

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Por Carla Araujo e Isadora Peron
Atualização:

BRASÍLIA - A secretária de combate ao racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Iêda Leal, afiirmou que a confusão desta quarta-feira, 18, durante a passagem da Marcha das Mulheres Negras pelo Congresso foi resultado de racismo e os responsáveis serão acionados na Justiça. "Nós chamamos isso de racismo. E racismo é crime e nós vamos querer que as pessoas que cometeram crime sejam punidas", disse Iêda, que também é uma das organizadoras da Marcha. "Vamos cobrar do Judiciário medidas corretas para punir pessoas racistas."

DUSA8113.JPG BSB BRASÍLIA DF 18|11|2015 POLÍTICA | PROTESTO | Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver em Brasília, reúne mulheres de todos os estados e regiões do Brasil em frente ao Congresso Nacional . FOTO ANDRE DUSEK|ESTADÃO Foto:  

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Segundo Iêda, ao passarem em frente ao acampamento do gramado do Congresso, onde estão reunidos principalmente grupos que defendem a intervenção militar no País, as participantes do evento foram agredidas sem razão. "Não tínhamos bomba, não temos armas", afirmou a militante, que foi recebida nesta quarta com algumas outras mulheres pela presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.

O episódio, de acordo com Iêda, não foi relatado à presidente, pois a reunião com Dilma foi agendada para que o grupo pudesse apresentar uma pauta de reivindicações em defesa das mulheres negras de todo o País. "Houve um momento de tumulto, não estamos dizendo que não houve, mas essa não é prioridade da nossa vinda", explicou. "Não vamos entrar nessa provocação", afirmou, ressaltando que o tema de violência contra a mulher foi debatido com a presidente, mas sem especificar o episódio.

Os intervencionistas acusaram as integrantes da marcha de destruírem barracas e o boneco inflável gigante do general Antonio Hamilton Martins Mourão. Membros da passeata, por sua vez, acusaram os intervencionistas de atirar e jogar bombinhas nos integrantes do ato.

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