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Oposição vai propor que governo gaste mais

Por Agencia Estado
Atualização:

Com a dificuldade de implantar a CPI da Corrupção, a oposição encontrou uma nova bandeira eleitoral para enfrentar o governo no próximo ano. PT, PDT, PSB e PCdoB fecharam acordo nesta semana para tentar elevar os gastos do governo federal no Orçamento de 2002, e questionar as prioridades da política econômica, segundo informou o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG). O principal questionamento é se vale a pena o País manter o aperto nos gastos para conter o endividamento público, enquanto os juros e o câmbio continuam subindo. "Queremos o salário mínimo em US$ 100, um aumento linear para os servidores públicos, ampliar as verbas para programas sociais e ampliar os investimentos das estatais", afirmou Guimarães. A estratégia da oposição é gastar R$ 26 bilhões dos R$ 31 bilhões da meta fiscal pretendida pelo governo para o próximo ano. O palco do debate político será a votação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2002, que está começando a acontecer no Congresso, e a tramitação do próprio Orçamento, no segundo semestre. Um pacote de emendas já apresentado pelos partidos oposicionistas ao projeto da LDO propõe a redução da meta de superávit primário (o saldo das receitas em relação às despesas, exceto juros da dívida pública) do governo central (administração direta mais estatais), de R$ 31 bilhões para apenas R$ 5 bilhões no próximo ano. Segundo Guimarães, "esse superávit primário bem menor será suficiente para manter a confiança dos investidores e evitar receio de que haverá calote da dívida, caso seja eleito um presidente da oposição". Para o deputado Sérgio Miranda (PCdoB-MG), a oposição não vai aceitar a fixação de metas fiscais para os próximos três anos, como pretende o governo, apesar de o acordo com o FMI acabar em dezembro. O projeto da LDO prevê a manutenção das metas fiscais do governo federal nos níveis atuais inclusive em 2003 e 2004, já no próximo governo. Guimarães disse que o PT está disposto até mesmo obstruir a votação da LDO no enfrentamento desse debate.

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