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Oposição usa julgamento de Renan para retardar CPMF

Por AE
Atualização:

A oposição desencadeou ontem uma ofensiva com o objetivo de retardar a aprovação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Em um primeiro movimento, decidiu que a partir de hoje senadores tucanos e do DEM vão obstruir as votações no Senado. Paralelamente, o líder do PSDB na Casa, Artur Virgílio (AM), manobrou para retardar a tramitação do processo por quebra de decoro contra o presidente licenciado Renan Calheiros (PMDB-AL). Por trás da operação, está o fato de que a oposição não quer ficar a reboque do calendário do governo. Pelos cálculos e acordos articulados pela base aliada, Renan seria absolvido na próxima quinta-feira, com a ajuda de senadores governistas, do PT inclusive, e retribuiria despejando votos em favor da CPMF. Ao embaralhar os calendários, adiando a votação em plenário do processo contra Renan, a oposição tensiona as articulações do governo em favor do imposto do cheque. ?A partir de amanhã (hoje) vamos começar uma série de obstruções?, avisou o líder tucano. Virgílio citou uma série de atitudes do governo que justificam a manobra, como a decisão do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, de afastar do órgão economistas contrários ao governo. ?Há o expurgo do Pochmann, o elogio do presidente Lula à democracia chavista, sem contar os acordos feitos que depois são derrubados nos plenários da Câmara e do Senado?, afirmou o tucano. Indagado sobre o acordo firmado para livrar Renan da cassação e aprovar a CPMF, Virgílio disse: ?Inocentemente, colocamos água nesse chope.? O governo esperava, conforme afirmou o presidente interino da Casa, Tião Viana (PT-AC), começar hoje a votação em plenário da proposta de emenda constitucional que estende até 2011 a cobrança do tributo, embora admita que o texto receberá emendas, o que fará com que retorne à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Dos Estados Unidos, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), confirmou, por telefone, o acordo entre tucanos e DEM para obstruir a votação em plenário. ?Vamos agir de acordo com o regimento, mas não vamos quebrar nenhum interstício?, avisou Agripino, ressaltando que a oposição vai utilizar o máximo de tempo possível para retardar a votação do imposto do cheque. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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