Oposição tentará indiciar Dilma na CPI dos Cartões

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Por Eugênia Lopes
Atualização:

Seis dias após terem apresentado um relatório ameno em que não criminalizam nenhum dos envolvidos com o mau uso dos cartões corporativos, os deputados oposicionistas Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Índio da Costa (DEM-RJ) anunciaram hoje que apresentarão voto em separado pedindo o indiciamento de todos os envolvidos, entre eles a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Cartões Corporativos, Marisa Serrano (PSDB-MS), marcou para quinta-feira a votação do relatório final, apresentado hoje pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RS). Mesmo admitindo que a oposição não tem maioria na CPI, Sampaio e Índio da Costa disseram, em entrevista, que pretendem pedir o indiciamento de Dilma, de sua assessora, Erenice Guerra, dos ministros Orlando Silva (Esportes) e Altemir Gregolim (Pesca), e de Matilde Ribeiro, ex-ministra da Igualdade Racial. "A oposição não deixará a CPI Mista acabar dessa maneira", afirmou Índio da Costa. Na quarta-feira passada, a oposição apresentou relatório parcial sem criminalizar ou recomendar o indiciamento ao Ministério Público Federal de nenhum dos envolvidos com irregularidades no uso de cartões corporativos. Em 88 páginas, os sub-relatórios dos deputados Carlos Sampaio e Índio da Costa não citaram uma única vez o nome da ministra Dilma Rousseff e jogaram toda a responsabilidade do dossiê para José Aparecido Nunes Pires, ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil. Surpresa com o relatório ameno, a base aliada do governo na CPI comemorou as conclusões dos dois oposicionistas. No dia 26, uma segunda-feira, Carlos Sampaio entrou no Ministério Público Federal com representação contra dezesseis integrantes do governo, entre eles a ministra Dilma, sua secretária-executiva e principal assessora, Erenice Guerra, e o ex-secretário de Controle da Casa Civil José Aparecido Nunes.

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