Oposição tem dificuldade para mobilizar senadores para CPI

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Por Agencia Estado
Atualização:

O líder do bloco oposição no Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE), encarregado de dar início à coleta de assinaturas para a criação de uma CPI para investigar casos de corrupção no governo, enfrenta dificuldades para mobilizar os colegas em torno da abertura da comissão. Até mesmo os senadores que apóiam a instalação da CPI no Senado estão pessimistas quanto ao sucesso da nova missão. O senador Pedro Simon (PMDB-RS), que fez hoje um discurso pró-CPI no plenário da Casa, admitiu que há poucas chances de a comissão ser instalada. "O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) avisou que não vai assinar o pedido no Senado e, nesse contexto, depois do fracasso da mobilização no Congresso, o presidente da Casa (Jader Barbalho) também não dará seu apoio", declarou. Na avaliação de Simon, sem Jader e ACM e, por conseqüência, os aliados deles, a oposição deverá ter mais um fracasso. Além de Jader e ACM, o pedido de CPI mista contou com o apoio de sete senadores peemedebistas e dois do PFL. Para Simon, a ofensiva do governo com o objetivo de derrubar o requerimento da CPI mista na semana passada enterrou de vez o assunto no Congresso. Diante do trabalho bem sucedido da base aliada, 20 deputados deixaram de apoiar a abertura das investigações no Congresso e, com isso, os partidos de esquerda não conseguiram reunir as 171 assinaturas na Câmara. O senador Lauro Campos (sem partido-DF) disse que assinará o requerimento de CPI, mas reconheceu que o movimento esbarra no "contexto desfavorável". "O problema é que ACM já fez acordo no Senado e na Câmara para derrotar a comissão de inquérito", declarou Campos. Ao contrário do que havia previsto Dutra começará a coletar as assinaturas para a CPI nesta terça-feira - ele quer seduzir os 29 senadores que subscreveram o pedido anterior. O petista apresentará ainda uma questão de ordem questionando o despacho que trata do arquivamento do requerimento de CPI mista de autoria do presidente do Senado. Essa decisão foi publicada no Diário do Congresso de sexta-feira. O líder do bloco argumenta que o pedido deveria ter sido devolvido à oposição e não arquivado, conforme determina o regimento interno da Casa.

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