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Oposição reúne imprensa internacional para defender legalidade do impeachment

Líderes de oposição se reuniram com jornalistas da imprensa internacional para argumentar em favor da legalidade do processo de impeachment

Por Isabela Bonfim
Atualização:
Oposição se reúne com jornalistas internacionais Foto: AFP

Brasília - Líderes de oposição no Congresso se reuniram na manhã desta terça-feira, 29, com jornalistas da imprensa internacional para argumentar em favor da legalidade do processo de impeachment que está atualmente em curso contra Dilma Rousseff. Objetivo é rebater entrevistas concedidas pela presidente na semana anterior.

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"Viemos enfrentar a narrativa do PT e da própria presidente da República de que o Brasil está prestes à sofrer um golpe. Reunimos a imprensa internacional para dizer que no Brasil se respeita a Constituição", afirmou o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG).

Além do PSDB, participaram do encontro parlamentares do PPS, PSC, DEM e PSB. Segundo jornalistas que estiveram da reunião, os partidos também foram questionados sobre participarem de um possível novo governo, coordenado pelo vice-presidente Michel Temer, já que o PMDB seria um dos mais envolvidos no esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato.

Argumentos - Na tentativa de rebater a presidente Dilma, que concedeu entrevista na semana anterior, alegando que o processo em curso é um golpe, os interlocutores defenderam a legalidade do impeachment com o argumento de que o processo é previsto na Constituição e que a condução do rito foi determinada pela Suprema Corte. 

"Não existe um golpe quando se cumpre a Constituição, quando o Supremo Tribunal Federal determina o rito a ser seguido, quando os parlamentares eleitos pela população brasileira é que definirão o que vai acontecer com o País", afirmou Aécio a jornalistas brasileiros após o encontro.

A oposição, entretanto, não respondeu precisamente aos argumentos governistas. Nos últimos dias, tanto Dilma Rousseff quanto o ex-presidente Lula concederam entrevistas à imprensa internacional criticando o processo de impeachment com base no mérito e não na possibilidade de que o processo seja aberto conforme previsto na Constituição.

O processo de impeachment que tramita no Congresso leva em consideração as pedaladas fiscais que foram cometidas em 2014 e 2015. Governistas argumentam que o processo não poderia ser aberto, vez que o Congresso ainda não julgou as contas governamentais de 2014 e o Tribunal de Contas da União (TCU) também não deliberou sobre as contas de 2015. 

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Na comissão especial do impeachment na Câmara, o deputado Assis Carvalho (PT-PI) colocou uma questão de ordem pedindo a suspensão do processo por esta razão."Estão desesperados para encontrar um crime que não existe", disse Carvalho. Nesta manhã, ao abrir a sessão, o presidente da comissão Rogério Rosso (PSD-DF) negou a questão de ordem. O petista afirmou que vai recorrer.