Os partidos de oposição vão pressionar o Conselho de Ética para que o voto no colegiado seja aberto na sessão que analisará a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN), e o senador Sérgio Guerra (PE), que deve assumir a presidência nacional do PSDB no fim do ano, defenderam ontem a abertura dos votos. Ambos avaliam que a sessão secreta poderia funcionar como uma estratégia favorável à absolvição de Renan, acusado de ter contas pessoais - como a pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento - pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Renan também responde a outros dois processos no conselho: o de supostamente ter beneficiado a cervejaria Schincariol junto ao INSS e à Receita e a de ter usado laranjas na compra de duas rádios e um jornal em Alagoas. Justamente no DEM está hoje a maior concentração de votos indefinidos do conselho que podem pender a favor de Renan: os senadores Heráclito Fortes (PI), Romeu Tuma (SP) e Adelmir Santana (DF). Os outros dois indefinidos do conselho são do PT: Eduardo Suplicy (SP) e Augusto Botelho (RR). ''''Até ontem não se falava em sessão com voto secreto. Tudo isso é muito suspeito'''', criticou Guerra. ''''Esse é um caso rumoroso. Toda a opinião pública está observando. Impõe-se o voto aberto'''', acrescentou Agripino. Os senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), dois dos três relatores do caso Renan, também defendem o sistema de voto aberto. O terceiro relator, Almeida Lima (PMDB-SE), defende a absolvição de Renan, mas não declarou sua posição sobre o sistema de votação . ''''Há precedente no Senado de voto aberto e fechado. Portanto, não existe impedimento para que essa votação seja aberta'''', afirmou Casagrande. ''''A votação do caso de Luiz Estevão (DF) foi fechada. E a dos senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PR-ES)e Serys Slhessarenko (PT-MT), por conta do escândalo da máfia dos sanguessugas, foi aberta'''', ilustrou Casagrande. Estevão foi cassado. Marisa tem defendido votação aberta, assim como Suplicy, que ainda não decidiu seu voto.