Oposição quer nova CPI para investigar cartão corporativo

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Por Eugênia Lopes
Atualização:

Sem votos para aprovar a convocação da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, os partidos de oposição começaram a trabalhar hoje na criação de uma nova comissão parlamentar de inquérito (CPI) exclusiva do Senado para investigar o mau uso de verbas públicas com cartões corporativos e contas tipo B (despesa justificada por nota fiscal depois de o funcionário público federal receber uma verba). O DEM e o PSDB avaliam que uma CPI restrita à Casa seria mais frutífera, uma vez que a divisão de forças entre governo e oposição é mais equilibrada. "Essa CPI mista não vai conseguir aprovar nada. Então, vamos avaliar se não é o momento de abrirmos outra CPI, que seja integrada só por senadores", afirmou hoje o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). "Não esqueçam que temos uma outra CPI aqui na Mesa do Senado, pronta para ser lida", observou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM). Os governistas têm maioria folgada na CPI Mista dos Cartões Corporativos - dispõem de 14 votos contra sete da oposição. Os aliados avisaram que derrubarão qualquer pedido de nova convocação de Dilma para explicar o suposto dossiê com gastos de verbas públicas elaborado contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a família dele pela secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Antes de a CPI integrada por deputados e senadores começar a funcionar, no dia 11, os partidos de oposição colheram assinaturas para uma comissão de inquérito exclusiva do Senado. O pedido está parado na Mesa Diretora, depois que governo e oposição entraram em acordo para a criação da CPI mista. Os dirigentes do PSDB e do DEM pretendem reunir-se na segunda-feira para definir uma nova estratégia conjunta a ser deflagrada na CPI dos Cartões. Decidirão se investem numa comissão de inquérito integrada apenas por senadores. "O assunto é grave e é preciso uma CPI onde tenhamos um mínimo de margem de manobra", argumentou Agripino Maia. Numa CPI exclusiva do Senado, o governo tem maioria apertada. "Ou seja, mesmo em uma comissão só de senadores a oposição continua perdendo. A diferença é que na CPI mista, nós perdemos de 14 a 7 e, na comissão do Senado, vamos perder de 6 a 5", reagiu o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que foi autor do pedido de CPI mista dos Cartões.

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