Oposição propõe CPI para investigar a Projeto

Por AE
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A crise que atingiu o braço direito da presidente Dilma Rousseff ganhou decibéis com o início de uma mobilização da oposição para criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) que investigue negócios da empresa de consultoria do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. A intenção é quebrar o sigilo fiscal e bancário da empresa de consultoria do ministro, a Projeto, e verificar se houve tráfico de influência. Sem a ajuda de partidos da base aliada, a oposição não terá número suficiente de assinaturas para criar uma CPI. A exposição do sigilo do ministro revelaria contatos com boa parte do PIB nacional, o que tem deixado o mercado inquieto.A proposta de tentar uma CPI mista de deputados e senadores sobre o caso surgiu no PSDB, partido da oposição que vinha atuando de forma mais discreta no caso. O requerimento de criação da CPI avança ainda para um questionamento sobre o papel de Palocci como um dos coordenadores de campanha da presidente Dilma Rousseff ao mesmo tempo que prosperava o faturamento de sua empresa.Conforme o jornal O Estado de S.Paulo publicou ontem, o próprio ministro, em informações que pretende enviar à Procuradoria-Geral da República, admite que a maior parte da movimentação financeira da empresa Projeto ocorreu após a eleição de 2010. Os líderes tucanos na Câmara, Duarte Nogueira (SP), e no Senado, Alvaro Dias (PR), conversaram com o presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), e decidiram começar as articulações. DEM, PPS e PSOL já manifestaram apoio à ideia.Para tirar a proposta do papel, a oposição precisa recolher 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado. Juntos, os partidos oposicionistas somam menos de 100 deputados e 18 senadores.Entre os governistas mais alinhados com o Planalto, porém, a intenção é dar o assunto por encerrado. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou ontem que não vê motivo para uma CPI. "Acho que não há motivo nenhum para nenhuma CPI, uma vez que até agora não vi no debate nenhum crime a ser levantado e nenhuma contravenção que se pudesse investigar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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