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Oposição pede investigação sobre programa habitacional

'Isso é um escandâlo continuado do governo Lula', afirmou Roberto Freire, presidente do PPS

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - A oposição defendeu a abertura de investigação pelo Ministério Público Federal para apurar as irregularidades do programa Minha Casa, Minha Vida apontadas ontem em reportagem do Estado."Isso é um escândalo continuado do governo Lula; é uma notícia crime. Cabe ao Ministério Público Federal apurar. Não precisa nem a oposição pedir", afirmou ontem o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, para quem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dificilmente terá chances de prosperar, pois seus integrantes seriam na maioria de partidos governistas.

 

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O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), atribui os percalços à pressa do governo em inaugurar as moradias às vésperas das eleições. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu a fechar 1 milhão de contratos do Minha Casa, Minha Vidas até o fim de seu governo.

 

"O governo tentou avançar muito rápido por causa da eleição", disse Rodrigo Maia. Ele defendeu a melhoria dos mecanismos de controle do governo para evitar o comércio ilegal de imóveis. "O programa é bom, mas não tem controle."

 

Para o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), o Minha Casa, Minha Vida foi usado como peça de marketing nas eleições, sem na prática entregar as moradias prometidas. "Venderam uma fraude durante a campanha", disse.

Para o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), os desvios detectados são "absolutamente previsíveis". "Nada do que está ocorrendo é surpresa. O programa deveria ser baseado no conceito orçamentário, onde são colocados recursos específicos para a construção de casas para as faixas de renda mais baixas", afirmou . "Mas da maneira como é feito só dá para o beneficiário alugar, vender ou não pagar as prestações."

 

Ex-ministro do Bem-Estar Social (1992-1993), Jutahy observou que a realidade histórica aponta para altos índices de inadimplência no financiamento de moradia para as faixas de renda baixíssima. "Nessa faixa é praticamente garantida a inadimplência. E isso só vai ampliar", ressaltou. "Esse programa é só propaganda."

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