Oposição pede inquérito para caso do dossiê

Representação prevê indiciamento de Dilma, Hage, Tarso e Bernardo

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Por Eugênia Lopes e Brasília
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Cinco horas depois de a CPI dos Cartões ter sido encerrada no Congresso, três partidos de oposição - PSDB, DEM e PPS - protocolaram ação na Procuradoria-Geral da República pedindo a abertura de inquérito policial contra ministros e funcionários do Palácio do Planalto, acusando-os de envolvimento com a montagem do dossiê com gastos reservados da Presidência na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Estamos pedindo o indiciamento dessas pessoas e explicando ao Ministério Público como foi a participação de cada uma na confecção do dossiê", disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Na representação, os oposicionistas pedem a investigação e o eventual indiciamento de quatro ministros: Dilma Rousseff, da Casa Civil, Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União, Tarso Genro, da Justiça, e Paulo Bernardo, do Planejamento. A oposição quer também que seja apurada a participação na montagem do dossiê de quatro funcionários da Casa Civil da Presidência da República: a secretária-executiva, Erenice Guerra, braço direito da ministra Dilma, o secretário de Administração, Norberto Temóteo Queiroz, a diretora de Recursos Logísticos, Maria de la Soledad Bajo Castillo, e o assessor da Diretoria de Orçamento e Finanças Gilton Saback Maltez. Fora do governo, a ação pede a investigação da ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial). Ela deixou o cargo justamente por causa do escândalo dos cartões corporativos, acusada de uso abusivo do seu, para compras pessoais e com aluguel excessivo de carros. APARECIDO No dia 28, a mesma oposição apresentara relatório alternativo na CPI, no qual não pedia o indiciamento de ninguém e responsabilizava apenas o ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil da Presidência da República José Aparecido Nunes Pires pela confecção do dossiê com gastos de FHC e pelo vazamento de seu conteúdo. Mas na representação protocolada ontem na procuradoria, a oposição solicitou investigações mais detalhadas sobre o ex-secretário. Foi José Aparecido, único indiciado pela Polícia Federal até agora, que enviou os dados dossiê para André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Na ação, a oposição avaliou que o ministro Jorge Hage "demonstrou ter conhecimento do conteúdo do dossiê" quando, em depoimento à CPI dos Cartões, em 19 de março, referiu-se a despesas do governo passado. Para os oposicionistas, Tarso Genro "prevaricou" quando não determinou à Polícia Federal a instalação imediata de inquérito para apurar a confecção do dossiê.

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