Oposição pede abertura de inquérito contra 4 ministros

Por Eugênia Lopes
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Cinco horas depois de encerrada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos, três partidos de oposição - PSDB, DEM e PPS - protocolaram hoje uma ação na Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo a abertura de inquérito policial contra quatro ministros e funcionários do Palácio do Planalto, supostamente envolvidos com a montagem de um dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de sua família. "Estamos pedindo o indiciamento dessas pessoas e explicando ao Ministério Público (MP) como foi a participação de cada uma na confecção do dossiê", disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Na representação, a oposição solicita a investigação e eventual indiciamento de quatro ministros: Dilma Rousseff, da Casa Civil; Jorge Hage, da Controladoria Geral da União (CGU); Tarso Genro, da Justiça; e Paulo Bernardo, do Ministério do Planejamento. Os oposicionistas também pedem a investigação de cinco funcionários do Palácio do Planalto e da ex-ministra Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, que deixou o governo com o escândalo dos cartões corporativos. A oposição quer a apuração da participação na montagem do suposto dossiê de quatro funcionários da Casa Civil: da secretária Executiva, Erenice Guerra, braço-direito da ministra Dilma; do secretário de Administração, Norberto Temóteo Queiroz; da diretora de Recursos Logísticos, Maria de la Soledad Bajo Castillo; e do assessor da diretoria de Orçamento e Finanças, Gilton Saback Maltez. Na quarta-feira da semana passada, a oposição apresentou seu sub-relatório em que não pedia o indiciamento de ninguém e responsabilizava apenas o ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires pela confecção e vazamento do conteúdo do dossiê sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com cartões corporativos. Hoje, porém, na representação protocolada na PGR, a oposição defendeu investigações mais detalhadas sobre o ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil. Foi José Aparecido, único indiciado pela Polícia Federal (PF) até agora, que enviou o dossiê contra FHC para André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Na ação, a oposição avaliou que o ministro Jorge Hage "demonstrou ter conhecimento do conteúdo do dossiê" contra FHC quando, em depoimento à CPI Mista dos Cartões Corporativos, em 19 de março, referiu-se a despesas do governo passado. Para a oposição, o ministro Tarso Genro "prevaricou" quando não determinou à PF a instalação imediata de inquérito para apurar a confecção do suposto dossiê contra o ex-presidente.

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