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Oposição no Senado classifica nomeação de Lula como 'vitória de pirro' e 'autogolpe'

Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou que o ex-presidente foi nomeado para a Casa Civil para 'se esconder' das investigações da Operação Lava Jato; 'é a decretação do fim do governo', disse o senador Cássio Cunha Lima (PB), líder do PSDB

Por Ricardo Brito
Atualização:
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO) Foto: André Dusek|Estadão

Brasília – Líderes de partidos de oposição no Senado afirmaram na tarde desta quarta-feira, 16, que a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula para ser ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff não terá a capacidade de reduzir a crise política que o País passa. Ele destacam que não há saída para o governo sem a queda de Dilma e que os protestos das ruas devem aumentar porque os dois foram os principais alvos das manifestações do domingo passado, 13.

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“É uma vitória de pirro (a nomeação de Lula), um gesto para tentar abafar a importância do evento de domingo. É criar um factóide para tentar desviar a discussão, mas o recado das ruas foi de defesa do impeachment”, disse o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), para quem o ex-presidente assumiu o cargo para “se esconder” da força tarefa da Operação Lava Jato. “É um abraço dos afogados”, acusou.

Caiado destacou que parlamentares do partido vão recorrer à Justiça para barrar a indicação de Lula para a Casa Civil. “Esse gesto vai ter ainda um outro desdobramento, que será a reação da população brasileira ao governo que não está respeitando a crise instalada no país, cujo único objetivo é a manutenção de poder”, completou.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que a mudança significa um autogolpe. “É a decretação do fim do governo”, criticou. Para ele, a oposição terá como único objetivo retirar a presidente do Palácio do Planalto e que, com Lula na Casa Civil, não haverá trégua da oposição. O tucano disse que Lula deverá apelar para um populismo fiscal a fim de dar um fôlego para o mandato de Dilma.

Para o vice-líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), a nomeação de Lula será uma tentativa “em vão” de salvar o governo.