'Oposição não existe para derrubar o governo', diz Temer

Em reunião para discutir situação de imigrantes venezuelanos, presidente afirma que função de opositores é ajudar governantes a 'acertar o rumo'

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Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Igor Gadelha , Julia Lindner e Francisco Carlos de Assis (Broadcast)
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Brasília - O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira, em Boa Vista (RR), que oposição não deve existir para derrubar governos. Em discurso durante reunião para discutir soluções para o problema da entrada de venezuelanos no Estado de Roraima, ele afirmou que a função dos opositores deve ser ajudar os governantes a "acertar o rumo".

O Presidente Michel Temer durante encontro com líderes políticos de Roraima, para discutir a imigração de venezuelanos no Estado Foto: Beto Barata/Presidência da República

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"É importante a oposição, porque ela ajuda a governar. Oposição não existe para derrubar o governo", declarou Temer. De acordo com ele, em geral, a ideia de oposição que se tem é política, e não jurídica. O presidente afirmou que a oposição serve para criticar as "demasias" de um governo, para que o "sujeito que está no governo vá olhar aquilo e acertar o rumo".

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Temer ressaltou a união de políticos da oposição em Roraima para encontrar soluções para o problema dos venezuelanos. E usou a declaração para dizer que sua ida ao Estado não teve motivações políticas. "Tenho mostrado ao longo desse um ano e seis meses que não tenho nenhuma preocupação politiqueira", declarou, ressaltando que, se tivesse, não teria tomado "medidas radicais", como o teto dos gastos públicos e as reformas do ensino médio e trabalhista.

O presidente citou também a reforma da Previdência, que está em tramitação no Congresso Nacional. Ele afirmou que a proposta não terá resultado para seu governo e visa impedir que haja uma grave crise no Estado, com corte de aposentadorias e salários de servidores. Segundo ele, as mudanças nas regras de aposentadoria são uma questão de Estado, e não de governo. 

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Em seu discurso, Temer fez ainda questão de ressaltar que os milhares de venezuelanos que estão entrando no Brasil e recebendo carteiras de identidade provisórias não terão direito de votar nas eleições de outubro. Só terão, disse, caso se naturalizem como brasileiros.

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