Oposição "não dará trégua" a Jader

Por Agencia Estado
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Os partidos de oposição não vão dar trégua ao presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PA). A estratégia é continuar pressionando para que as investigações no Conselho de Ética não sejam paralisadas com o afastamento de Jader do comando do Senado. Na reunião de líderes marcada para a próxima quarta, eles vão reforçar o pedido para que seja aberto um processo contra Jader no Conselho de Ética e pressionar para que seja aprovado o envio do processo do Banpará, que está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Pretendem também forçar para que seja aprovado o requerimento de convocação do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, do ex-presidente Francisco Gros e do auditor Abraão Patruni Júnior, para explicar porque existem dois relatórios do BC sobre o caso com conclusões diferentes. O processo do caso Banpará, que inclui os relatórios do Banco Central sobre o episódio, está na CCJ desde março. Existem duas maneiras para que ele seja remetido ao Conselho de Ética: através de um requerimento do próprio Conselho ou por votação no plenário. ?É um elemento jurídico forte e só com ele poderemos discutir um eventual processo de cassação do senador Jader?, declarou a senadora Heloísa Helena (PT-AL). Quanto ao depoimento de Fraga, Gros e Patruni, ele pode acontecer tanto no Conselho de Ética quanto na Comissão de Fiscalização e Controle, caso o Conselho não abra processo contra o ex-presidente do Senado. Por garantia, a oposição fez dois requerimentos. ?Precisamos saber a que preço foi omitida, no relatório de 92, a participação de Jader nos desvios quando os indícios já apontavam o envolvimento?, prosseguiu a senadora. A opinião unânime é de que o pedido de licença de Jader da presidência do Senado facilita o andamento do processo contra o senador paraense. ?Agora que a tampa foi aberta, as investigações, tanto internas quanto externas, serão mais rápidas?, garantiu um senador. A aprovação da licença para o Supremo Tribunal Federal processar o ex-presidente do Senado é outro trunfo contra Jader e conta com o apoio de todos os partidos, tendo feito parte, inclusive, do suposto acordo para que Jader se afastasse do cargo. O PMDB, avalia um parlamentar de oposição, teve uma participação crucial nessa fritura. ?Para o partido, a renúncia seria o ideal, pois eles se livrariam de Jader e indicariam outro nome para a presidência do Senado?. Mas garante esse desfecho ? renúncia e nova eleição ? é inevitável. ?Em menos de um mês, serão abertas as conversas para a sucessão no Senado?, completa.

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