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Oposição lança candidato ao Senado

Por Agencia Estado
Atualização:

Nem o presidente nacional do PMDB, Jader Barbalho (PA), candidato da cúpula do partido à presidência do Senado, nem o senador José Sarney (PMDB-AP), que corre por foram com as benção do presidente da Casa, senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). Para não ficar "refém" das decisões e das brigas na base governista, o bloco de oposição no Senado deverá lançar o senador Jefferson Peres (PDT-AM) na disputa. Os três senadores do PDT, incluindo aí o candidato, reúnem-se na quarta-feira com as bancadas do PT (sete senadores), do PPS (três senadores) e do PSB (mais três) para decidir a questão. "Se é para fazer o debate de idéias, e não o debate casuístico do conceito de ética, devemos debater nossas próprias idéias com um candidato próprio", defende a líder petista, senadora Heloísa Helena (AL). "Temos que ir para o confronto, porque a sociedade não aceitaria nossa omissão", pondera Jefferson Peres, ao reafirmar que seu nome está à disposição do bloco na corrida sucessória do Congresso. O temor dos parlamentares de esquerda é o de acabar servindo de massa de manobra para os governistas, seja para eleger Jader presidente, na hipótese de não haver outro competidor, seja para engrossar o veto de ACM ao peemedebista, abrindo caminho para a candidatura de Sarney. A idéia do candidato próprio vem para evitar que a esquerda seja responsabilizada pelo resultado da eleição, seja ele qual for. Peres destaca que, se a base aliada tivesse chegado a um consenso em torno de um nome, as esquerdas até poderiam participar de uma composição ampla no Senado. Mas como isto não ocorreu, ele pondera que não resta outro caminho fora da candidatura própria. "A abstenção será nosso pior voto porque pode parecer omissão ou uma composição de bastidor, para permitir um arranjo de última hora, o que seria condenável", insiste Peres. Consultado hoje sobre a eventual candidatura de Peres, ACM recusou-se a "falar sobre hipóteses", embora ele próprio já tenha ameaçado apoiar um candidato da esquerda, contra Jader. Logo em seguida, ACM desdenhou a decisão tomada na véspera pelo PMDB, exigindo que Sarney passe pelo crivo da bancada de senadores caso queira lançar-se na disputa. "O plenário é soberano", sentenciou. Na avaliação de companheiros e adversários de ACM, a "soberania" do plenário, apontada pelo senador baiano, dá sinais de que ele está articulando a opção Sarney para o caso de um impasse de última hora. Como o regimento interno do Senado fala que o presidente tem que ser eleito com os votos da maioria do plenário, em tese Jader poderia ser derrotado pelo voto "não" e pelas abstenções. É diante do racha da base que a oposição encontra espaço para lançar seu candidato. "Não existe veto de nossa parte aos nomes apresentados pelos partidos na Câmara ou no Senado", diz a líder do PT. Segundo Heloísa Helena, todos os partidos têm legitimidade para apresentar suas opções e que é com base nesta legitimidade que o bloco vai discutir a candidatura própria.

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