Oposição entra na Justiça contra o prefeito de Curitiba

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os partidos oposicionistas ao prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), entraram com pedidos na Receita Federal, Ministérios Públicos Federal e Estadual, Tribunal Regional Eleitoral e 1ª Zona Eleitoral para apurar denúncias de que a coligação que elegeu o prefeito sonegou informações ao TRE. Cópias de um livro-caixa, recibos e cheques obtidos pelos opositores mostram que os gastos teriam sido de quase R$ 33 milhões, enquanto foram declarados R$ 3,1 milhões. Os vereadores do PMDB, PT e PDT desistiram, por enquanto, de apresentar pedido para a instalação de uma CPI. De acordo com o líder das oposições, Paulo Salamuni (PMDB), a presidência e a relatoria iriam ficar nas mãos dos aliados do prefeito, que tem maioria na casa, prejudicando os trabalhos. Eles preferiram lançar o Movimento Limpa Curitiba, que pretende reunir entidades civis, políticas e religiosas, para pedir ética na política. "Não é possível tolerar esse império econômico", disse Salamuni. As contas apresentadas pela coligação que elegeu Taniguchi foram aprovadas pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Espedito Reis do Amaral, um dia depois de as denúncias terem vindo a público. O promotor Valclir Natalino da Silva disse que ainda não conhece a sentença do juiz e que terá três dias para recorrer ou não depois que for intimado. Vários recibos apresentados hoje pelo senador Roberto Requião (PMDB) trazem os nomes de jornalistas, advogados, vereadores, deputados e empresários que teriam prestado serviços à campanha. De acordo com Requião, esses valores não teriam sido declarados ao TRE. Ele disse que estava acionando também a Receita Federal para que investigue se os beneficiários declararam os valores no Imposto de Renda. Requião também denunciou que alguns empresários davam cheques de suas empresas como doação à campanha e recebiam o dinheiro de volta. "Eles sonegavam sua própria empresa e o fisco", afirmou. O advogado de Taniguchi, José Cid Campêlo, emitiu uma nota em que afirma que as acusações estão respaldadas em fotocópias de papéis "que nada representam, face o sistema processual brasileiro e garantia constitucional, que não admitem fotocópias sem autenticação e papéis unilaterais sem o contraditório". Ele afirma que está tomando todas as providências "judiciais e extra-judiciais no sentido de confirmar da regularidade da aludida prestação de contas".

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