Oposição é contra CPI da TVA

PSDB, DEM e PDT acham que é retaliação de Renam

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Por Denise Madueño e BRASÍLIA
Atualização:

Apesar de o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ter comunicado que viu fato determinado para a criação da CPI da venda da TVA, do Grupo Abril, para a Telefônica, os líderes do DEM, Onyx Lorenzoni (RS), do PDT, Miro Teixeira (RJ), e do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), contestaram a abertura das investigações. Para eles, a CPI é uma retaliação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao Grupo Abril, dona da revista Veja, que tem publicado denúncias contra o senador. Em discursos, os líderes apresentaram questionamentos a Chinaglia para evitar a CPI. Lorenzoni acusou Renan, "desafeto da Veja", de usar a Câmara numa questão pessoal para "cercear e intimidar a liberdade de imprensa". Para ele, a CPI não pode "ser utilizada de modo leviano, iniciando-se por capricho ou perseguição política". Pannunzio argumentou que a transferência de ações do Grupo Abril para a Telefônica não foi ainda concretizada porque a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda vão analisar o negócio e, portanto, não há objeto para a CPI. "Vamos fazer CPI para quê? Para desagravar Renan Calheiros porque uma revista foi fundo nas investigações? A Câmara não pode ser instrumentalizada para defender interesses que não são da Casa", disse Pannunzio, em discurso. Miro Teixeira contestou Chinaglia sobre a análise do fato determinado para a investigação. "Não existe o anúncio de ilicitude do que se quer apurar", afirmou. Chinaglia disse que analisaria os questionamentos antes de decidir. O deputado Wladimir Costa (PMDB-PA), autor do pedido da CPI, disse: "Quem não deve não teme. Qual o problema de se instalar essa comissão?"

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