
17 de junho de 2008 | 20h13
O PSDB e o DEM resolveram constranger o governo: só aceitam concluir logo, na Câmara, a votação do projeto que cria a Contribuição Social para a Saúde (CSS) depois que o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), acertar com os líderes partidários quando a proposta será apreciada pelos senadores. Essa decisão, tomada em reunião dos líderes dos dois partidos na Câmara e Senado nesta terça-feira, 17, força a base aliada a assumir publicamente que não deseja votar a proposta no Senado antes das eleições municipais. Veja também: Veja quem votou contra e a favor da CSS na Câmara Calcule: quanto a CSS pesa no seu bolso Entenda o que é a CSS, a nova CPMF Entenda a Emenda 29 "Já não é tão urgente para o governo ter recursos para a saúde? Quer dizer que o governo agora reconhece que o dinheiro desse imposto não é fundamental e quer adiar a votação para depois das eleições" , ironizou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), depois de conversar com Jucá. "Quem tem votos hoje tem amanhã", provocou. A idéia de votar em dezembro a CSS vem sendo defendida por outros governistas, além de Jucá. O líder do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), que já disse ser contra o imposto afirmou que nada será votado antes das eleições. Com essa estratégia, os oposicionistas forçam a base aliada a se posicionar publicamente no Senado, onde está rachada. Como há resistências à criação da CSS, seria arriscado para o governo levar o projeto à votação na véspera das eleições. "O governo sabe que não tem votos suficientes e diz agora que não tem pressa", resumiu Virgílio. Os deputados do PSDB e DEM vão pedir também ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que não marque sessão extraordinária para amanhã enquanto não houver uma posição do Senado. Virgílio e o líder do DEM, senador José Agripino (RN), vão pedir a Garibaldi Alves que convoque para amanhã depois das 14 horas uma reunião com todos os líderes partidários para definir o calendário de votação da CSS no Senado. "Vamos votar, mas acelerar mais ou acelerar menos vai depender da decisão do Senado", disse o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), depois da reunião com os deputados e senadores do DEM e de seu partido. "O Senado é que vai dar o ritmo da votação", completou o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), deixando claro que se houver a certeza de que o Senado derrubará a CSS, a oposição estaria disposta a acelerar a votação dos destaques na Câmara.
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