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Oposição critica trabalho de Picciani na CCJ

ACM Neto diz que vai denunciar ´arbitrariedades´ do presidente da comissão

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Por Agencia Estado
Atualização:

Além de manter paralisadas por mais de duas semanas as votações na Câmara, a CPI do Apagão Aéreo também pôs em pé de guerra o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Leonardo Picciani (PMDB-RJ), e os partidos de oposição (PFL, PSDB e PPS). Os mais irritados com Picciani são os pefelistas, em particular o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). "Estou preparando um arrazoado com todas as arbitrariedades que o Picciani está cometendo na CCJ", anunciou ontem ACM Neto, que promete entregar o documento ao presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). "O ACM Neto resolveu radicalizar. A obstrução dele passou a ser pessoal, uma pirraça, uma implicância com o presidente da CCJ", rebateu Picciani. Na tribuna do plenário da Câmara, o líder do PFL, deputado Onyx Lorenzoni (RS), também reclamou de Picciani. "O deputado Picciani tem demonstrado, nos últimos dias, a inadequação para o exercício do cargo de presidente da CCJ. Não está à altura do cargo. Talvez a juventude de S.Exa. seja uma dificuldade. A pouca experiência, talvez outra, e a pouca solidez dos conhecimentos constitucionais e jurídicos talvez seja mais um agravante para a inadequação de sua posição", afirmou Lorenzoni. "Na minha opinião é o líder do PFL que não está à altura do cargo dele", reagiu Picciani. Na última terça-feira, durante a votação na CCJ do recurso que engavetou a CPI do Apagão Aéreo, Picciani foi alvo de críticas ácidas dos oposicionistas. Ora o acusavam de golpista, ora de estar sendo subserviente ao Palácio do Planalto. Na defesa de Picciani, os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Carlos Willian (PTC-MG), transformados em fiéis escudeiros do presidente da CCJ. Os momentos de tensão foram muitos e o líder da minoria, Júlio Redecker (PSDB-RS), quase agrediu fisicamente Picciani. Resistências Em seu segundo mandato de deputado federal, Leonardo Picciani foi indicado pelo PMDB para presidir a CCJ pelos próximos dois anos. Desde o início, Picciani enfrenta resistências dos integrantes da Comissão. Além de ser considerado muito novo - ele tem 27 anos - para comandar a principal comissão da Câmara, Picciani também é considerado sem experiência na área jurídica. Formado em Direito, Leonardo é filho de Jorge Sayed Picciani (PMDB), eleito deputado estadual pelo Rio de Janeiro pela quinta vez. Os Picciani são donos da fazenda Agrovás, em São Felix do Araguaia, no Mato Grosso. Em junho de 2003, a fazenda foi alvo da fiscalização do Ministério do Trabalho, que flagrou 39 trabalhadores em condições de escravidão.

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