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Oposição critica Planalto de olho em 2008 e 2010

Avaliação é de que abertura de ação contra petistas e ex-ministros equivale a julgamento do primeiro mandato

Por Marcelo de Moraes e BRASÍLIA
Atualização:

De olho nas eleições de 2008 e 2010, a oposição criticou duramente o governo Lula por conta do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). A oposição avalia que o resultado equivaleu ao julgamento do primeiro mandato de Lula. "O presidente Lula tem agora uma responsabilidade histórica para cumprir. Porque praticamente todo o seu governo está no banco dos réus", disse o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). "E por unanimidade a Suprema Corte resolveu que todo o seu governo e a antiga cúpula do PT está no banco dos réus. Mas, ao mesmo tempo, todos esses homens estão por aí, trabalhando por aí, exercendo influência dentro do seu governo. Isso vai ficar dessa maneira?" Para ele, o sistema que levou "à formação dessa quadrilha" continua vigorando. "Se vota em troca de cargos. Se vota em troca de emendas que não são prioritárias. Se forma todo um processo de corrupção, que vai comendo a estrutura do Estado." Na tribuna do Senado, Tasso disse que deve ser creditada a Lula a responsabilidade no caso de serem descobertas novas irregularidades dentro do governo envolvendo os acusados de participar do mensalão. O senador lembrou que Lula se referia ao seu então ministro José Dirceu como o "capitão do time do governo". No julgamento, o STF denunciou Dirceu por corrupção ativa e formação de quadrilha. "O capitão do time virou chefe de quadrilha. Não fui eu quem falou. Foi o Supremo. E por unanimidade", disse. "O presidente precisa terminar com esse resto de coisas que ainda existe e mostrar que é um estadista. Ou mostrar que o ilegal e o ilícito vão valer a pena." Na prática, o reforço das críticas sobre o mensalão exibe uma tentativa dos partidos de oposição de tentar colar novamente no governo federal o peso das denúncias sobre corrupção. A oposição avalia que errou ao "poupar" Lula em 2005. A idéia agora seria recuperar esse discurso e tentar enfraquecer os candidatos governistas para as eleições de 2008 e de 2010. "Num mundo de memória rala pela inflação de informações, os assuntos politicamente prioritários devem ser sistemática e rotineiramente reavivados pela oposição", disse o prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM). "O julgamento é um alento num país onde predomina a impunidade", afirmou ontem o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). "E o governo não tem adotado medidas em pelo menos dois casos. Este é o momento de o presidente tomar providências, deixar de jogo de cena, de demagogia e descer definitivamente do palanque."

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