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Oposição cobra de Lula explicações sobre violação de sigilo

Senadores questionam se o presidente também não sabia da quebra ilegal do sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa

Por Agencia Estado
Atualização:

Em discursos no plenário, senadores de oposição insistem na cobrança de explicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao País sobre a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa pela Caixa Econômica Federal (CEF). "Será que o presidente Lula não sabia também disso? É um governo que nunca sabe de nada do que acontece. É um governo de cegos", afirmou o senador Jefferson Peres (PDT-AM). "É impossível não cobrar uma explicação de Lula, que de novo não sabe de nada", afirmou o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM). "É o presidente Lula metendo a mão na massa desse jeito", acrescentou. Virgílio acusou o governo de usar o aparelho do Estado para um ato ilícito e ressaltou que o ex-presidente Fernando Collor sofreu impeachment sem que ficasse comprovado, no julgamento da Justiça, que ele teria violado as leis. "Tudo no governo Collor é pouco, perto do que acontece no governo Lula", afirmou o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). "Quantas autoridades se meteram nesse imbróglio todo? Quantos se corromperam para chegar a esse resultado?", perguntou Magalhães. Acrescentou que o governo não respeitou as instituições democráticas ao quebrar ilegalmente o sigilo do caseiro. "Se fosse uma coisa mais grave, chegaria ao assassinato?", indagou o senador baiano. Preservação Para a oposição, o presidente Lula teria ainda demitido o ministro Antonio Palocci e o presidente da Caixa Econômica, Jorge Mattoso, para se preservar, repetindo a estratégia adotada com o ex-minsitro José Dirceu. "Para se preservar ele passa por cima de tudo", disse o líder do PFL, senador José Agripino (RN). A mesma tese foi levantada pela senadora Heloísa Helena (PSOL -AL), ao afirmam que as denúncias atingem o governo e o comando de Lula, que o tucano Virgílio disse não ser mais o "operário ético" que chegou ao poder. "É um crime brutal e o líder sindical Lula não perdoaria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva", afirmou Virgílio. O senador José Agripino condenou também o que chamou de aparelhamento do Estado, lembrando que os petistas mandaram dois funcionários da Caixa quebrar o sigilo e "praticarem o crime". "A Caixa foi destroçada na sua imagem com uma turma comandada por Mattoso", disse Agripino. Mentiu Tanto Virgílio quanto o senador José Jorge (PFL-PE) enfatizaram a necessidade de quebrar o sigilo do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, para saber como pagou R$ 29 mil ao presidente Lula, deu contribuição para a campanha do deputado Vicentinho (PT-SP) e ainda pagou uma dívida da filha de Lula. O senador José Jorge considerou um fato inusitado o comportamento de Jorge Mattoso que criou uma sindicância interna que duraria 15 dias para apurar a responsabilidade da quebra ilegal do sigilo. "Ele baixou uma portaria para apurar um ato ilícito que ele mesmo praticou", disse. José Jorge lembrou que Mattoso ainda recebeu uma comissão de senadores. "Ele mentiu para os senadores", comentou.

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