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Operador de offshores da Odebrecht é preso na Espanha

Rodrigo Tacla Duran foi alvo de operação deflagrada no dia 10, mas se encontrava foragido até o momento

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Por Jamil Chade e correspondente
Atualização:

GENEBRA – Alvo da Operação Dragão, o advogado Rodrigo Tacla Duran foi preso nesta sexta-feira, 18, na Espanha. Ele é apontado pelos investigadores como um dos operadores de offshores criadas pelo Setor de Operações Estruturadas, o chamado departamento da propina da Odebrecht.  A operação deflagrada em 10 de novembro teve como outro alvo Adir Assad,apontado como operador da Delta Engenharia e de outras construtoras. Assad foi preso, mas Duran se encontrava no exterior. Segundo a força-tarefa, os dois foram responsáveis pela lavagem de cerca de R$ 50 milhões.

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Até então, os investigadores tinham conhecimento apenas da atuação de Duran em transações envolvendo as contras secretas da Odebrecht. Com a quebra de sigilo de construtoras investigadas pela Lava Jato, a força-tarefa descobriu que duas empresas de Duran foram beneficiárias de pagamentos milionários. Ele recebeu, por exemplo, um total R$ 36 milhões de empreiteiras como a UTC, Mendes Júnior e EIT. Só da Mendes Júnior, o escritório Tacla Duran Sociedade de Advogados, entre 2011 e 2013, recebeu R$ 25 milhões. Da UTC foram R$ 9 milhões e da EIT outros R$ 2 milhões.

A Treviso, de Julio Camargo, operador da Toyo Setal e atualmente delator, repassou R$ 350 mil para o escritório do advogado. Por sua vez, outra empresa de Tacla Duran, a Econocell do Brasil, repassou R$ 3,5 milhões para empresas deAssad.

Duran estava nos Estados Unidos e foi na sequência para a Espanha, onde o operador tem nacionalidade. Investigadores acreditam que Duran deixou os EUA temendo ser detido em solo americano e extraditado ao Brasil. Para a Justiça, sua prisão na Espanha promete se transformar em um desafio legal, já que ele poderá usar seu passaporte estrangeiro para tentar permanecer na Europa e evitar extradição.

O advogado foi citado na delação de Vinicius Veiga Borin – executivo dos bancos Antigua Overseas Bank (AOB) e Mein Bank – como um dos responsáveis por criar e operar offshores da Odebrecht. De acordo com Borin, Duran era responsável por um grupo de offshores utilizadas para operacionalizar os pagamentos efetuados pela central de propinas da Odebrecht, segundo os investigadores da Lava Jato.

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