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Operação da PF investiga desvios no Fome Zero e prende 11

Polícia Federal identifica irregularidades em execução de programa vinculado à ação do governo federal em 3 Estados; coordenador da Conab está entre os presos

Por Atualizado às 13h55
Atualização:

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 24, operação que investiga esquema de desvio de recursos públicos de programa vinculado ao Fome Zero, mantido pelo governo federal. Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca em 15 cidades do Paraná, além de Bauru (SP) e Três Lagoas (MS). Ao todo, 11 pessoas foram presas, entre elas o coordenador de operações da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) no Paraná, Valmor Luiz Bordin.

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Após o começo da Operação Agro-Fantasma, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos, determinou o afastamento do superintendente da empresa no Paraná, Luis Carlos Vissoci. Ele é suspeito de participar em fraudes no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que envolve a compra de alimentos produzidos pela agricultura familiar, sem necessidade de licitação. A iniciativa é uma das ações do governo federal no Programa Fome Zero.

A operação apura irregularidades na ação de Compra Direta da Agricultura Familiar com Doação Simultânea -, repassados pela Conab a associações e cooperativas rurais. De acordo com a PF, funcionários que compõem a cúpula da Conab no Paraná e fiscais ligados à empresa serão afastados, em razão dos indícios de participação nos crimes. Entretanto, o órgão só confirma até agora o afastamento de Vissoci. A polícia também não divulgou estimativa dos prejuízos causados pelo esquema.

Entre as irregularidades, foram verificados a existência de nomes de falsos produtores rurais, usados pelos coordenadores dos programas para desvio de dinheiro, além de emissão de notas fiscais falsificadas para comprovar as transações.

Seguindo o delegado da PF responsável pelas apurações, Maurício Todeschini, havia falhas graves nos relatórios da Conab e denúncias de falhas haviam sido ocultadas pelos próprios fiscais da companhia. "Os produtores tinham seus nomes vinculados à venda de produtos que sequer eles produziam, havia a conivência de servidores da Conab, de algumas prefeituras e de alguns poucos produtores. Por causa disso, escolas, hospitais, creches deixavam de receber os alimentos", afirmou.

A investigação começou em 2011, resultado da Operação Feira Livre, que apurou fraudes em um município paranaense. Em todos os 22 programas investigados entre 2009 e 2013, há evidências de desvios, segundo a PF. Foram alvo da PF as atividades executadas nas cidades de Guarapuava, Foz do Jordão, Honório Serpa, Candói, Ponta Grossa, Irati, Rebouças, Teixeira Soares, Inácio Martins, Fernandes Pinheiro, Itapejara D’Oeste, Goioxim, Pinhão e Querência do Norte./ COLABOROU JULIO CESAR LIMA, ESPECIAL PARA O ESTADO

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