Onze deputados do PT abrem mão do salário extra

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um grupo de onze deputados petistas abriram mão dos dois salários extras - R$ 25.400 - que serão pagos a todos os parlamentares durante o período de convocação extraordinária no mês de julho. Os deputados formalizaram a decisão em ofício entregue ao presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). Ele tinha afirmado que a proposta do grupo era juridicamente inviável mas, a partir de um estudo da consultoria jurídica da Câmara, concluiu que o bloqueio do dinheiro é possível. Os parlamentares têm direito, por decreto legislativo aprovado por eles próprios, a uma ajuda de custo no valor do salário de R$ 12.720, paga no início da convocação e outra, de igual valor, paga no final do período. Além disso, recebem o salário do mês de julho normalmente, totalizando R$ 38.160. "Não conheço um cidadão que ache que ganhar duas remunerações a mais para trabalhar em julho seja razoável e defensável", afirmou o deputado Chico Alencar (PT-RJ), um dos signatários do ofício. Como exemplos, o deputado enumerou que o valor extra pago a cada um dos parlamentares dá para o Ministério das Cidades construir duas casas populares de 30 metros quadrados; ou para o governo pagar três bolsas-escola de meio salário mínimo, por seis anos; ou pagar as despesas com alimentação mensal de uma creche de 211 crianças. Fim do recesso Além de Alencar, abriram mão dos salários extras os seguintes deputados petistas: Orlando Desconsi (RS), Henrique Fontana (RS), Fernando Gabeira (RJ), Antonio Biscaia (RJ), Walter Pinheiro (BA), Mauro Passos (SC), Cláudio Vignatti (SC), Paulo Rubem (PE), Doutor Rosinha (PR), Orlando Fantazzini (SP). No encontro com João Paulo Cunha, os deputados pediram também a instalação da comissão especial para analisar a proposta de emenda constitucional que acaba com o recesso parlamentar, fixando um mês de férias para os parlamentares, de 15 de dezembro a 15 de janeiro. A comissão já foi criada, mas os líderes partidários não indicaram seus integrantes, uma clara demonstração de que não pretendem abrir mão do recesso de três meses do Congresso nem das ajudas de custo no caso de convocações extraordinárias.

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