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Ong Via Campesina comanda invasão de fazenda no Sul

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um grupo de cerca de 450 sem-terra e pequenos agricultores organizados pela Via Campesina invadiu uma fazenda de 2,3 mil hectares no município de Almirante Tamandaré do Sul, a 300 quilômetros a noroeste de Porto Alegre, neste domingo. Representantes da família do proprietário da área, Antônio Chaves Barcelos, registraram a ocorrência na Polícia e encaminharam pedido de reintegração de posse à Justiça. É a terceira ocupação de terras deste mês no Rio Grande do Sul e a primeira comandada pela Via Campesina, uma organização não governamental que reúne diversos movimentos sociais ligados à questão agrária, entre os quais o MST. "Entendemos que temos de fazer uma luta conjunta", disse um dos coordenadores da Via Campesina, Plínio Simas. include "$DOCUMENT_ROOT/ext/politica/terras.inc"; ?> Os invasores saíram de Sarandi na quarta-feira anunciando que caminhariam 45 quilômetros, até Carazinho, para pedir recursos para as famílias que tiveram lavouras atingidas pela seca, e desde quinta-feira estavam estacionados à margem da BR-386, perto da fazenda. Neste domingo, avançaram para dentro da propriedade e montaram as barracas a cerca de 300 metros da sede da fazenda. Simas confirmou que a ação da Via Campesina não leva em conta se a fazenda, que cultiva soja, é produtiva ou não. Nos cálculos dos invasores, ela é grande demais para uma região de pequenas propriedades, a maioria com tamanhos inferiores a 50 hectares. "Queremos ficar aqui e o governo que se entenda com os fazendeiros", diz. Em Bagé, na zona sul do Estado, fazendeiros convocados pelo sindicato rural se reuniram para discutir alternativas para as perdas da seca que castiga o Rio Grande do Sul há três meses e a reação às recentes invasões do "abril vermelho". Decidiram reforçar os sistemas de proteção às propriedades, que incluem vigiar os passos dos sem-terra e pressionar o governo a desistir das vistorias de produtividade de fazendas no Sul, que, segundo o presidente do sindicato, Paulo Dias, só estariam servindo para "atender às chantagens do MST".

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