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Ong quer ampliar atuação de empresários negros na economia

Por Agencia Estado
Atualização:

A vice-governadora do Rio de Janeiro Benedita da Silva (PT), disse hoje que a criação da organização não-governamental (ong) Centro de Integração Empresarial para Etnias e Grupos Historicamente Excluídos do Progresso Econômico do Brasil (CiepeGhepe) irá ampliar a atuação de empresários negros de classe média nos diversos ramos da economia. A ong iniciou suas atividades na última terça-feira. Benedita esteve hoje, em São Paulo, a convite da CiepeGhepe, para conhecer o trabalho que será desenvolvido pela entidade. A idéia, segundo ela, é instalar uma regional da ong no Rio de Janeiro. De acordo com a vice-governadora, o Brasil ainda é um país racista. "Existe um mito da democracia racial. A verdade é que apesar de os indicadores sociais do País terem melhorado, a população negra de classe média continua sem ganhar crédito e não tem oportunidades", afirmou. De acordo com ela, pelo menos 7,5 milhões de negros se encontram nesta situação. Benedita defendeu a importância de se promover intercâmbio com outros países e de estabelecer parcerias com empresas para aumentar a participação dos excluídos. A vice-governadora participa, em agosto, na África do Sul, da Conferência Internacional Contra a Discriminação Racial, Xenofobia e Outras Formas de Intolerância. Para a criação do CiepeGhepe, empresários brasileiros contaram com o apoio do National Minority, um conselho criado há 29 anos por corporações norte-americanas para possibilitar oportunidades de negócios com empresas cujos donos são de grupos de minorias. A CiepeGhepe tem como objetivo desenvolver estratégias em favor não só de empresários negros, como descendentes de índios e deficientes físicos. Algumas companhias multinacionais, como a Delta Airlines, Xerox, Honda e Nossa Caixa ofereceram patrocínio aos programas da ong. A Delta, por exemplo, entregou US$ 25 mil para o projeto inicial, que inclui um estudo, que será feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para identificar quantos são e onde se encontram os grupos de excluídos. A pesquisa será feita inicialmente no Estado de São Paulo, com a minoria negra, e possibilitará identificar e cadastrar empresas na ong para depois oferecer treinamentos para capacitação em parceria com o Sebrae. A organização já possui uma lista com 100 nomes de empresários, mas, de acordo com a presidente da entidade, Maria Hyeronides Lima, o universo de empresários negros é bem maior.

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