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OMS quer duplicar tratamento de aids na América Latina

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Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor do programa de DST/Aids da Organização Mundial da Saúde (OMS), Bernhard Schwartlander, anunciou nesta quarta-feira a meta de duplicar o número de pessoas atendidas por programas de tratamento da aids na América Latina, atingindo a marca de 400 mil no prazo de três anos. Atualmente, segundo números da entidade, há 196 mil pessoas em tratamento na região ? 125 mil no Brasil, assistidas pelo Programa Nacional de DST e Aids. ?Os outros países da América Latina e o Caribe terão que trabalhar muito para alcançar o nível do Brasil, que tem um programa forte, iniciado num estágio precoce da epidemia. Há países em que a aids ainda não chegou a ser incluída na agenda política, e portanto não existem os pré-requisitos para o lançamento de um programa nacional com base em recursos?, disse Schwartlander, durante reunião da entidade para discutir a expansão do acesso ao tratamento de aids na região. Apesar do anúncio da meta, o diretor na OMS não indicou medidas práticas para ampliar o número de assistidos. Críticas Em seu discurso, o coordenador nacional do programa de DST/Aids do Ministério da Saúde, Paulo Teixeira, cobrou uma ?ação mais contundente da parte dos organismos internacionais nas questões vitais de patentes, fundos regionais, produção local de medicamentos e controle de qualidade de genéricos?. ?O apoio técnico, político e financeiro que tem sido oferecido aos países por estas organizações necessitam ser dramaticamente intensificados?, disse ele à platéia de cerca de 60 pessoas, entre representantes de países da América Latina, de organismos internacionais e de organizações não-governamentais (ONGs). Depois, em entrevista ao Estado, Teixeira reafirmou as críticas e disse esperar pelo menos dois resultados práticos do encontro, que termina hoje: que cada governo assuma um compromisso político com a questão da aids; e a apresentação de uma agenda de apoio por parte dos organismo internacionais. ?A atuação desses organismos, em especial da OMS, é muito tímida. Grande parte dos países depende de apoio internacional e de investimento financeiro, porque o volume que estão dedicando hoje é insignificante.?, afirmou Teixeira. Segundo ele, a OMS deveria intervir no cenário internacional para tornar mais fácil o acesso a medicamentos, atuando politicamente na negociação de preços e na discussão sobre patentes. Schwartlander fica até hoje no Rio, para o encerramento da reunião. A OMS estima que pelo menos 1 milhão de pessoas estejam infectadas pelo HIV em toda a América Latina ? no Brasil, o Ministério da Saúde calcula que sejam 600 mil. A maioria ainda não desenvolveu a doença e nem sequer sabe que está contaminada. ?A epidemia na América Latina é séria, ela é subestimada em muitos países. Não está no mesmo nível da África, mas temos por exemplo o Haiti, onde o nível se assemelha ao de países africanos?, disse o diretor da OMS. Na áfrica, segundo a entidade, há países em que o número de pessoas contaminadas pelo vírus atinge cerca de 10% da população adulta.

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