Olivio Dutra é o candidato do PT no Rio Grande do Sul

Por Agencia Estado
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Ao contrário de 1998 e 2002, quando prévias internas racharam o partido, o PT do Rio Grande do Sul chegou a um consenso para as eleições deste ano para o governo do Estado. O nome de Olívio Dutra foi apresentado ao diretório estadual como candidato único de todas as correntes nesta segunda-feira, prazo limite de inscrições para os pretendentes à indicação. O ex-prefeito de Porto Alegre (1989 a 1992), ex-governador (1999 a 2002) e ex-ministro das Cidades (2003 a 2005) será aclamado como candidato no encontro estadual do partido, em 17 e 18 de março. Depois de passar três meses dizendo que não autorizava ninguém a lançar seu nome, Olívio Dutra afirmou que teve de mudar de idéia. "Eu fui sendo convencido pelo processo que se desencadeou a partir das bases", falou, em referência a uma série de encontros regionais promovida pelo partido desde dezembro passado. A desistência de Tarso Genro, que fica à disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para voltar ao governo federal ou participar da coordenação da campanha para a reeleição, também contou. As correntes ligadas ao ex-ministro da Educação preferiram lutar por uma vaga na composição da chapa majoritária neste ano, negociação que começa agora e vai até o encontro estadual. Também tido como possível pré-candidato, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, já havia avisado que só disputaria a indicação se Olívio não concorresse. De passagem por Porto Alegre, Rossetto foi confirmar seu apoio ao ex-governador. "Começamos cedo e começamos bem", avaliou, sem anunciar, ainda, qual o rumo político que vai tomar. Algumas figuras Em discurso para cerca de 80 pessoas que presenciaram o ato de inscrição de seu nome, Olívio disse que quer fazer um "enfrentamento programático" com o atual governo, de Germano Rigotto (PMDB), criticando a política de concessão de incentivos fiscais a grandes empresas, a pequena parcela de investimentos destinada a prioridades apontadas por consultas populares e os maus resultados recentes da economia gaúcha. Ele desdenhou dos movimentos feitos por Rigotto para concorrer à presidência da República. "Ele está fazendo uma política de despiste, ganhando espaço na mídia para concorrer à reeleição", avaliou, já colocando o governador como principal adversário do PT na eleição estadual. Olívio adiantou a linha de defesa para as acusações de corrupção que o PT sofre nas CPIs de Brasília. "Não foi o partido, mas algumas figuras destacadas que cometeram esse desatino e estão sendo condenadas dentro do PT e fora dele", disse. "Nós vamos resgatar os valores de fundação do PT", prometeu.

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