A Organização dos Estados Americanos (OEA) condena o assassinato do jornalista brasileiro Nicanor Linhares Batista, ocorrido no último dia 30, e pede que o governo investigue as causas da morte. O jornalista trabalhava para a Radio Vale do Jaguaribe, da cidade de Limoeiro do Norte, no Ceará. O alerta está sendo feito pelo relator para a liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Eduardo Bertoni. Segundo o especialista, o jornalista foi baleado dentro do estúdio da rádio e os motivos do crime ainda não estão esclarecidos. Batista era conhecido por ser polêmico e por fazer duras críticas contra a administração municipal. Em uma nota para a imprensa mundial, o relator da OEA pede que o governo tome "todas as medidas necessárias para garantir que este crime não permaneça na impunidade". Além disso, o especialista solicita que as autoridades brasileiras garantam que os jornalistas possam exercer seus trabalhos "sem sofrer consequências arbitrárias nem ações de intimidação". A OEA lembra que, ao fazer parte da Convenção Americana de Direitos Humanos, o Brasil tem o dever de investigar a morte de jornalistas. "O assassinato de um comunicador social é a prática mais brutal para impedir a liberdade de expressão nas Américas", afirma o relator. Ele alerta que a impunidade nesse caso pode aumentar a insegurança dos demais jornalistas em conduzir seus trabalhos. Segundo o relator, o efeito negativo de um assassinato de um jornalista somente pode ser evitado por meio de uma "ação decisiva do Estado de cartigar os responsáveis".