Ocupação de terra no Brasil é incompetência do governo, diz Heloísa

Senadora disse que o Executivo errou em não fazer um diagnóstico das terras improdutivas ou das terras públicas, que poderiam ser usadas para a reforma agrária

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Por Agencia Estado
Atualização:

A candidata do PSOL à Presidência da República, senadora Heloísa Helena (AL), afirmou nesta sexta-feira, 25, que somente existiu ocupação de terras no Brasil por causa da incompetência do governo. Durante participação em sabatina com presidenciáveis, promovida pelo Grupo Estado, ela disse que o Executivo errou em não se antecipar em fazer um diagnóstico das terras brasileiras improdutivas ou das terras públicas, que poderiam ser disponibilizadas para uma reforma agrária. "Só houve ocupação de terra no Brasil pela incompetência do governo", comentou a senadora. "Quem analisa o mapa da reforma agrária no Brasil é assim: só teve vistoria, desapropriação, acampamento, assentamento, quando teve violência no campo", opinou. "Quem acabou conduzindo ou sendo parte da violência no campo, sem dúvida, foi a incompetência e irresponsabilidade do governo", insistiu a candidata. Na avaliação da senadora, infelizmente não houve reforma agrária no Brasil. "É claro que há experiências exitosas, existem alguns assentamentos que têm relações comerciais internacionais, que produzem e auxiliam na dinamização econômica, mas, na maioria, eles se transformaram em verdadeiros processos de favelização rural", opinou. Heloísa Helena afastou a possibilidade de ocupação de terras em um eventual governo comandado por ela e destacou que suas propostas para esta questão foram formuladas pelo candidato do PSOL ao governo de São Paulo, Plínio de Arruda Sampaio, que elaborou o mesmo projeto para o PT para o atual governo, quando Plínio ainda pertencia àquela legenda. "Tem todas as metas objetivas, qual é o impacto orçamentário anual, tanto em relação aos TDAs (Títulos da Dívida Agrária), como em relação à infra-estrutura, como subsídios, assistência técnica", explicou. "Esse projeto, que significa um assentamento de 1 milhão em quatro anos, é a meta que nós esperamos ser capazes de fazer", complementou. Quanto ao relacionamento próximo de alguns dirigentes de movimentos agrários e sociais com o governo, Heloísa Helena afirmou que é necessária a existência de uma "independência" em relação aos poderes. Ela disse que tem a esperança que esses movimentos estejam fazendo a obrigação deles: exigir dos governos as alternativas concretas e eficazes para melhorar a situação. "Eu espero que os movimentos sociais estejam fazendo aquilo que é da razão de existir deles, que é fazer a pressão legítima e vigorosa. E não usar a máquina pública para o empreguismo ou para outro tipo de relação", comentou.

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