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OAB tenta obter lista de advogados espionados

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Por Fausto Macedo
Atualização:

A Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo abriu investigação para saber quantos e quais foram os advogados espionados pela Operação Satiagraha - inquérito da Polícia Federal que prendeu por dois dias o banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity. A partir da informação de que, além de autoridades do Judiciário e parlamentares, advogados também teriam sido alvos de arapongagem, o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D?Urso, nomeou o advogado criminalista José Roberto Batochio para emitir parecer sobre o caso. Com base no relatório de Batochio - conselheiro federal emérito e membro nato da OAB -, a instituição vai à Justiça propor ações de responsabilidade criminal contra quem violou prerrogativas de bacharéis no exercício do direito de defesa de investigados da Satiagraha. O parecer está pronto. São apontadas ações policiais que tiveram como alvo o advogado Nélio Machado. Defensor do Opportunity, Machado foi fotografado e filmado em São Paulo, no Rio e em Brasília. Há indícios de que seus telefonemas foram interceptados. As informações sobre o monitoramento de advogados e também de jornalistas constam de relatórios da PF a partir de perícia em pen drives de uso pessoal do delegado Protógenes Queiroz, criador da Satiagraha. O delegado nega ações ilegais. "Isso é intolerável", disse Batochio. "Advogar ainda não é crime. A OAB não vai hesitar diante de intimidações." Para D?Urso, "não se pode admitir excessos durante investigações porque essa atitude é tão nociva quanto a conduta a ser investigada". Ele ressaltou: "A OAB apoia o Estado em suas investigações para apurar e punir quem comete crimes. Mas todos devem trabalhar dentro da lei."

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