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OAB solicita informações à Justiça sobre grampos no RS

Por Elder Ogliari
Atualização:

A Seccional do Rio Grande do Sul da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) encaminhou hoje consultas à Justiça Estadual e à Justiça Federal para saber se a escuta de telefonemas de pessoas próximas ao gabinete da governadora Yeda Crusius (PSDB) foi feita com autorização legal. O presidente da seccional, Cláudio Lamachia, diz que "é gravíssima" a denúncia feita pelo ex-ouvidor da Segurança Pública Adão Paiani, na sexta-feira, de que grampos ilegais mostrariam funcionários públicos traficando influências.Lamachia não quer antecipar os passos que a OAB-RS vai dar depois de receber as respostas. Por enquanto, a entidade busca provas para o material que recebeu de Paiani e acompanha de perto o inquérito já aberto pela Polícia Civil para investigar o caso. O que tudo indica, admite o presidente da entidade, é que ocorreu pelo menos uma irregularidade, ou do grampo ilegal, caso não autorizado pela Justiça, ou do vazamento do conteúdo, caso a escuta tenha sido feita com o aval de algum juiz.A posição cautelosa foi adotada na noite de ontem por 14 conselheiros da entidade que analisaram um CD com meia hora de diferentes interceptações sem conseguir formar convicção que o material é autêntico e que os diálogos sinalizam alguma irregularidade. O caso dos grampos gaúchos surgiu na sexta-feira Paiani entregou o CD à OAB-RS, afirmando que as conversas haviam sido interceptadas com o uso irregular do Sistema Guardião, que é controlado pela Secretaria de Segurança e destinado a fazer somente as escutas autorizadas pela Justiça. Alegando necessidade de preservar a fonte, o denunciante não informou a origem do material. Sustentou, ainda, que os diálogos mostrariam tráfico de influência na esfera do governo estadual. Ao ouvirem o diálogo, os conselheiros da OAB-RS não identificaram tráfico de influência. "São fragmentos de conversas que não nos levam à conclusão nem para um lado nem para o outro", avaliou Lamachia.

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