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OAB pode expulsar governador do ES e sua mulher

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Espírito Santo, José Ignacio Ferreira, e sua mulher, Maria Helena Ferreira, podem fazer parte de uma lista de quatro advogados que estão sendo investigados em um processo por má conduta ética e correm o risco de serem expulsos da Ordem dos Advogados do Brasil do Estado. A investigação da OAB foi aberta na última quarta-feira e é sigilosa. A presidência da Ordem se recusa a confirmar ou negar os nomes do governador e de sua esposa. Mas o processo é resultado de sindicância que começou em abril, quando a OAB recebeu um dossiê do prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço, com fitas gravadas que revelariam um esquema de troca de favores entre o governo e empresários capixabas. Esse mesmo dossiê (envolvendo a primeira-dama, o governador e vários outros membros do governo de Ferreira) foi entregue à Assembléia Legislativa, o que levou à abertura da CPI da Propina. Segundo a assessoria, inicialmente havia cerca de dez advogados implicados na sindicância, mas apenas quatro estão sendo investigados no processo ético. Agora, um relator vai redigir um parecer, indicando se os quatro devem ou não receber punição pelas acusações. O processo pode levar até 120 dias para ser concluído. A juíza Lucianne Spitz, da 7ª Vara Criminal de Vitória, anunciou nesta sexta-feira que só irá decidir na segunda-feira se decreta ou não a prisão temporária do cunhado do governador, Gentil Ruy, do ex-caixa de campanha de Ferreira, Raimundo Benedito de Souza Filho, o Bené, e de outras sete pessoas envolvidas no desaparecimento de R$ 4,3 milhões. O dinheiro, do governo estadual, foi parar em contas particulares de Bené. O pedido, feito nesta quarta-feira pelo Ministério Público estadual, foi baseado na investigação sobre o desaparecimento dos R$ 4,3 milhões. O dinheiro seria usado em uma suposta doação feita pelo governo estadual a um projeto ambientalista. Segundo os promotores, há indícios de que as nove pessoas tenham cometido vários crimes, entre eles formação de quadrilha, apropriação indébita, falsidade ideológica, falsidade na apresentação de documentos e crimes contra o sistema financeiro. O MP pediu também a quebra do sigilo bancário, telefônico e fiscal e o sequestro de bens dos suspeitos. Além de Bené e Ruy, estão na lista quatro pessoas ligadas à Fundação Augusto Ruschi (Dilma Ruschi, Augusto Ruschi Filho, Flávio Quintanilha e Aluízio Sá dos Santos) e três funcionários (Gabriel dos Anjos, Paulo Sérgio Torres da Silva e Marcelo Gabriel de Almeida) da Coopeftes, a cooperativa de crédito onde o dinheiro foi depositado e depois desviado.

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