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OAB e MP tentam proibir viagens pagas para juízes

O pedido foi feito ao Conselho Nacional de Justiça para impedir que magistrados viajem às custas de organizações que tenham interesse em processo judiciais

Por Agencia Estado
Atualização:

Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pediram nesta segunda-feira, 11, que o CNJ, órgão de controle externo do Judiciário, tome providências para impedir que magistrados viajem às custas de organizações que tenham interesse em processo judiciais. Os conselheiros Paulo Lobo e Eduardo Lorenzoni pedem que o CNJ determine a imediata "vedação a magistrados a participar dos eventos em que seus organizadores sejam litigantes na Justiça, tenham interesses que possam estar ajuizados ou eventualmente vir a juízo". O pedido foi encaminhado no mesmo dia em que foi veiculada na imprensa notícia segundo a qual 16 ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e 31 desembargadores participaram no feriado de 7 de setembro de um evento custeado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O evento ocorreu no hotel de luxo Transamérica, localizado na Ilha de Comandatuba, na Bahia. Participante do evento, o corregedor nacional do CNJ, Antonio de Pádua Ribeiro, informou na ocasião que de 2001 a 2006, o STJ recebeu 322.588 causas sobre temas ligados a bancos. Também esteve em Comandatuba o presidente do STJ, Raphael de Barros Monteiro, que levou mulher e uma filha. Nesta segunda, o STJ divulgou declarações do ministro João Otávio de Noronha defendendo o evento "A Importância do Crédito como Fator de Desenvolvimento Econômico e Social". Segundo Noronha, o evento serviu como mesa de debates para que magistrados e representantes de bancos e da imprensa discutissem os temas. "Ou nos pautamos pelo que deve ser feito, que é o debate dos temas de grande interesse da sociedade, ou nos pautamos por alguns setores da mídia. O magistrado não pode se isolar da realidade. Ele tem de participar das discussões dos temas que interessam à sociedade", defendeu Noronha.

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