
02 de dezembro de 2015 | 10h53
O Tribunal de Contas da União, responsável por ajudar o Congresso na fiscalização dos gastos do governo federal, escolhe nesta quarta-feira, 2, seu novo presidente em votação secreta dos nove ministros titulares da Corte de Contas. O mandato vale por um ano e, em meio às expectativas do atual presidente Aroldo Cedraz ser reeleito, membros do TCU pressionam para que outro ministro assuma o cargo já que Cedraz e seu filho são citados em denúncias que causam desgaste à Corte.
Confira abaixo os pontos que pesam contra o atual presidente da Corte de Contas:
1. Ele é alvo de sindicância interna do próprio TCU que apura as relações do filho, Tiago Cedraz, que é advogado e que atuou em diversos processos na própria Corte presidida pelo pai.
2. Além da sindicância interna, também a Operação Lava Jato investiga Tiago Cedraz. Segundo delação premiada homologada pelo STF do empreiteiro Ricardo Pessoa, Tiago Cedraz recebeu R$ 1 milhão para obter decisão favorável do TCU na análise do processo de obras de Angra 3, cujo relator foi ministro Raimundo Carreiro, vice-presidente do TCU.
3. Pessoa também afirmou ter pago R$ 50 mil por mês a Tiago Cedraz em troca de informações sobre processos e auditorias tocadas pelo TCU. Diante das suspeitas, a casa e o escritório do filho do presidente do TCU foram alvos da Operação Politeia, desdobramento da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal que investiga autoridades com foro privilegiado.
4. Os ministros do TCU demonstram desconforto com o excesso de viagens feitas por Aroldo Cedraz ao longo de 2015, seu primeiro ano como presidente. Ao todo, foram 35 viagens até aqui.
5. Os colegas de plenário também estão incomodados com o fato de o próprio presidente Aroldo Cedraz não ter manifestado vontade de deixar a presidência ao final do mandato, que dura um ano e termina neste mês. Ao contrário, Cedraz busca incessantemente a reeleição.
6. Finalmente, os ministros do TCU desejam que o poder de decisão de secretários na Corte seja descentralizado e não concentrado nas mãos do presidente Cedraz, caso ele seja reeleito nesta quarta.
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