Brasília - Cotado para deixar o comando do ministério da Saúde no bojo da reforma ministerial, o ministro Arthur Chioro afirmou nesta quinta-feira, 24, que não se sente incomodado com as especulações sobre a sua saída do posto e que o cargo não é dele.
"O cargo não é meu. Quem tem cargo é presidente, deputado e senador", afirmou Chioro após participar de reunião com integrantes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Brasília.
Nas discussões em torno de um novo desenho da Esplanda, conduzidas pela presidente Dilma Rousseff, o PMDB da Câmara deve indicar um nome para ocupar o comando da pasta de Saúde, que detém um dos maiores orçamentos do governo. A negociações ocorrem em meio a ensaios realizados pelo presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em iniciar um processo de impeachment contra a petista.
Um dos nomes mais cotados para substituir Chioro é o do deputado Manuel Júnior (PMDB-PB), ligado a Cunha. Questionado se se sentia "rifado", o ministro da Saúde respondeu: "Em hipótese alguma".
Trajetória. Na reunião desta quinta, no entanto, o ministro adotou um tom emotivo no início de sua fala e ressaltou parte de sua trajetória na pasta.
"Pode parecer palavra feita, chavão, mas não tenho palavras para poder definir o que significa na vida, na alma, no coração e, acima de tudo, das lembranças, dos momentos que a gente constrói na vida, o que significa a atitude que vocês acabaram de manifestar na minha chegada à sede da Opas hoje" afirmou o ministro, depois ser ser recebido com aplausos.
"Quero fazer um enorme agradecimento. Não é momento de balanço, não é momento de nada. A gente continua firmes e fortes. No momento devido a gente pretende se pronunciar sobre todas essas coisas, mas eu só quero registrar aqui meu profundo agradecimento e dizer que o que nos mobiliza é a luta por um sistema público de saúde de qualidade, universal e integral", afirmou.