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O Brasil tem de ser um país de vencedores, diz Lula

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje um desabafo, em discurso durante inauguração de uma indústria de processamento de soja, em Rio Verde (GO), afirmando que tem muita gente no Brasil que quer "a coisa pronta e o prato feito". Dirigindo-se aos produtores, o presidente disse que é preciso que as pessoas saibam que o sucesso deles foi conseguido com suor e lágrimas. "As pessoas só costumam lembrar da gente nos bons momentos e não querem saber o que você passou". Segundo o presidente "não existe na face da Terra" prefeitos, deputados, governadores ou presidentes que possam resolver o problema de um país se o povo não estiver convencido de que é o maior responsável e o maior ator para se fazer as mudanças. Segundo o presidente, ?o Brasil tem de ser um país de vencedores?. "A gente tem de deixar de ser um país em vias de desenvolvimento para se tornar definitivamente um país em desenvolvimento". Lula voltou a afirmar que está otimista com o País. "Eu sou um homem de fé. De tanta fé que sou corintiano. O sofrimento para mim não significa incentivo para deixar de acreditar em alguma coisa. Pelo contrário. Quanto mais difícil a situação mais a gente tem que ser persistente", disse. MP sobre crédito presumido Lula afirmou que o governo vai rever a medida provisória que cancela o crédito presumido para o produtor rural, caso fique comprovado que a MP aumenta o preço da cesta básica. A declaração do presidente foi em resposta ao governador de Goiás, Marconi Perillo, que pediu a Lula, em discurso, que a medida seja revista. Perillo argumentou que a MP vai onerar a cesta básica em 7,5% e significará uma "punhalada no agronegócio". "Eu aprendi uma coisa na minha vida: toda vez que a gente tomar uma decisão, enquanto governo, e essa decisão não atender ao objetivo que a gente deseja, não há nenhum problema de o governo mudar de posição", disse o presidente. A título de exemplo citou as mudanças que o governo fez no texto da proposta da Cofins, enviada ao Congresso e na lei que criou o primeiro emprego. Ferrovias O presidente disse ainda em seu discurso que o governo está se esforçando para entregar trechos da ferrovia Norte-Sul, que liga Goiás ao litoral do Maranhão. Lula afirmou que essa é uma obra que está atrasada há pelo menos 19 anos e que desde o governo Sarney pouco se avançou. Ele lembrou na viagem que fará à China, ainda em maio, com uma delegação de empresários, vai negociar a importação de locomotivas e trilhos para ferrovias brasileiras de uma forma geral. Falta de crédito e de tecnologia Lula reconheceu que o problema da agricultura brasileira é a falta de crédito e de tecnologia. "Na década de 70 tinha um ministro muito importante que falou que a agricultura brasileira só daria certo se tivesse um japonês. E os gaúchos disseram que era preciso um gaúcho. Hoje todos nós sabemos que não precisamos nem de um japonês, nem de um gaúcho. O que precisamos é de crédito e tecnologia", disse o presidente, a uma platéia onde estavam presentes produtores nascidos no Sul e alguns de origem japonesa. Em seguida completou: "Se tivermos uma política de crédito adequada e acesso à tecnologia, o baiano, o gaúcho, o paraibano e o cidadão de qualquer lugar do País poderão produzir da melhor forma possível". Encontro com MST O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprimentou militantes do MST ao deixar a cooperativa Comigo, em Rio Verde (GO). Um grupo de aproximadamente 100 militantes do movimento fazia manifestação em frente à cooperativa, protestando contra o programa de reforma agrária e a política agrícola. A imprensa, no entanto, não teve acesso ao encontro do presidente com os sem-terra, porque não pôde sair do ônibus que levava os jornalistas para outra cerimônia, na fábrica da Perdigão. Segundo informações da Secretaria de Imprensa da Presidência da República, o encontro do presidente com os manifestantes sem-terra foi "tranquilo" e "sem hostilidades".

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