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"O Brasil não agüenta mais quatro anos de Lula", diz Alckmin

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Por Agencia Estado
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Da selva amazônica, em busca de votos e parcerias, o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, declarou nesta sexta-feira que "o Brasil não agüenta mais 4 anos de governo Lula". Ele mandou um duro recado a seu maior rival. "O Lula já teve a sua oportunidade, agora é hora de ir para o banco de reservas. O governo já acabou no ano passado, o governo Lula já acabou, está imobilizado, o País está parado, perdendo oportunidades." Alckmin chegou de jatinho em Tucuruí, sudoeste do Pará, às 13h20, acompanhado de dois senadores e do governador do Estado, Simão Jatene (PSDB). Almir Gabriel, ex-chefe do Executivo paraense, o recebeu com um "salve Geraldo". As pessoas que foram ao aeroporto o chamaram de "Óquimin", enquanto puxava o tucano para as fotos de máquinas digitais. E o prefeito da cidade, Cláudio Furman (PTB), o chamou de "presidente do Brasil". Alckmin garantiu que sua campanha não está capenga. "Ao contrário, vai de vento em popa. Saio do Pará com grande entusiasmo. Acho que vamos ganhar as eleições e aqui podemos ganhar inclusive no primeiro turno." O ex-governador paulista rejeitou favoritismo de Lula, como indicam as pesquisas mais recentes, e lembrou que a disputa não começou para valer. Disse estar satisfeito com o seu quinhão de preferência do eleitorado que, segundo ele, já passa dos 20%. "Não acredito que haja um favoritismo. O processo eleitoral não começou. Tá bom um pouco mais de 20% em todo o Brasil, ainda com pequeno conhecimento (de seu nome). Acho que vamos ganhar aqui no Pará. Acho que temos todas as condições de ter um bom resultado eleitoral." Afirmou que a escolha de José Jorge (PFL) para vice de sua chapa "é muito boa". Recitou a biografia do senador que o acompanhará na jornada eleitoral. E desdenhou de quem não apostava e ainda não aposta em seu êxito na corrida ao Palácio do Planalto. "Na realidade disseram que eu não ia ser candidato e eu sou candidato. Disseram que eu não ia fazer aliança, que o PFL não ia fazer aliança, mas a aliança está praticamente entabulada. Disseram que eu não ia decolar. Já estamos com mais de 20%, em segundo lugar e já indo para o segundo turno. Vamos ganhar a eleição, vamos ganhar para trabalhar pelo Brasil. O País não pode continuar mais perdendo oportunidades. O Brasil não agüenta mais 4 anos de Lula." Alckmin anunciou, se eleito, "um conjunto de reformas" que, segundo ele, consistirá no desenvolvimento e na agenda do crescimento. "O nosso tempo é o tempo da mudança. Não podemos crescer 2%, vamos crescer 5% a 6%, reduzir juros, melhorar o câmbio, a qualidade do gasto público, uma política fiscal melhor, investir educação, ciência, tecnologia, infra-estrutura, competitividade." Empolgado, prometeu "sangue novo, energia nova" e um programa de governo para combater as desigualdades regionais e promover emprego, renda e trabalho. Ao ser indagado se terá recursos para tanto, mirou novamente o governo Lula. "Vamos recuperar a capacidade de investimento do governo federal. Em 2005, o investimento do governo federal foi de apenas 0,4% do PIB. O Brasil, com esse tamanho continental, precisa recuperar sua capacidade de investimento público e ao mesmo tempo atrai a iniciativa privada para projetos de concessão." Obras paradas Sob o céu carregado da floresta e um calor de 33 graus, Geraldo Alckmin percorreu parte do canteiro de obras das eclusas da Usina Hidrelétrica Tucuruí, a segunda maior do País, a terceira do mundo, com uma potência de 8.370 MW. Mas se deparou com um cenário que o impressionou - os trabalhos nas eclusas estão parados há muitos anos. Contemplando do alto da construção enferrujada as águas do Tocantins ele anotou, sem perder o foco de suas críticas, que é o governo Lula: "Eu tenho a impressão que nós devemos ter 3 mil obras como essa, obras que levam 10 anos e nunca terminam, param e recomeçam, mas nunca terminam. Aí você paga custos de desmobilização, depois paga mais para mobilizar novamente, paga reajustes ininterruptos, perde parte da obra, é uma coisa impressionante a quantidade de obras no Brasil nessa situação; aos pedaços." Em sua visita à usina, que é vinculada à Eletronorte, uma estatal federal, Alckmin teve a companhia apenas de um técnico e de uma chuva torrencial. O percurso do ex-governador já foi feito por Lula em novembro, quando o presidente participou das comemorações pelos 20 anos de operação da hidrelétrica colossal que é referência em outros países - as 222 mil toneladas usadas em sua construção seriam suficientes para construir 27 torres Eiffel. No próximo dia 13, Lula volta a Tucuruí, agora para inaugurar a segunda etapa de operação das novas turbinas, um investimento de R$ 3,2 bilhões da União. Para Alckmin, a paralisação das obras das eclusas - que permitirão o escoamento de produção de grãos e outras riquezas da região -, "é falta de planejamento, desperdício". O pré-candidato à Presidência foi informado pelo governador Simão Jatene (PSDB) que a retomada das eclusas consumirão R$ 600 milhões. "É impressionante, você inicia uma obra sem ter recursos orçamentários e tudo fica pela metade em obras estruturantes. A hidrovia nessa região é importante demais porque a Transamazônica nesse período é quase intransitável. Mas a hidrovia, que seria uma alternativa extraordinária, está impedida pela falta de conclusão das eclusas."

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