''O Brasil está maduro para ter uma mulher presidente'', afirma Dilma

Ministra diz que não tem encontrado resistências a seu nome no PT, mas ainda evita se declarar candidata

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Por Julia Duailibi
Atualização:

Ao chegar à casa da ex-prefeita Marta Suplicy para ser "apresentada" ao PT paulista, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que o Brasil está pronto para ter uma mulher no comando do País. "Acho que o Brasil está maduro para ter uma mulher presidente. Acho que esse século é o das mulheres. Não só no Brasil, como na América Latina", declarou a ministra, citando as presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Chile, Michele Bachelet. Cotada para ser a presidenciável petista em 2010, a ministra completou: "Aliás nós somos maioria no Brasil. Não vejo por que uma mulher não tenha todas as condições". Marta organizou o jantar a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem a candidatura de Dilma precisa ganhar respaldo partidário. "O time de São Paulo está unido para apoiar a sua candidatura à Presidência da República: a primeira mulher presidente deste País", disse a ex-prefeita, ao saudar a ministra. RESISTÊNCIAS Questionada sobre eventuais resistências a seu nome no partido, Dilma disse que o PT a recebeu de forma "fraterna" e que ela representa o que há de mais "vívido" na legenda. "Não vejo nenhuma resistência. O PT tem me recebido de uma forma muito fraterna em todas as reuniões. Não só porque eu represento o que tem de mais vívido", afirmou a ministra, ao citar o PT como um partido que nasceu de "lutas" e dos "movimentos sociais". Dilma atuou em movimentos de esquerda durante o regime militar, nos anos 70. Foi o terceiro evento com petistas na semana - a ministra já havia sido a estrela da reunião do Diretório Nacional e da festa dos 29 anos do partido. Ontem, apesar de todo o contexto óbvio a favor de seu lançamento para a eleição de 2010, Dilma negou ser candidata. "Eu não estou e também não sou candidata. Para isso teria que ter debatido com o presidente, o que não fiz, e teria de ter o apoio do partido. As duas coisas não estão dadas ainda", disse. "As coisa têm a sua hora. A minha não chegou ainda." Antes de entrar na casa de Marta, a ministra recebeu flores de um grupo humorístico. No jantar eram esperados cerca de 60 petistas, entre eles prefeitos e parlamentares. No menu, ravióli de abóbora e picadinho ao molho de vinho. UNIDADE Durante o encontro, Marta empenhou-se pessoalmente em circular com Dilma pelas diferentes "rodinhas" do PT paulista, para apresentá-la formalmente a cada um dos líderes do partido no Estado. A chefe da Casa Civil, segundo relato de participantes do evento, fez um rápido discurso por volta das 21h30. Mas evitou se aprofundar em qualquer tipo de polêmica, como, por exemplo, as críticas da oposição de que o presidente Lula ignora a legislação e antecipa a campanha eleitoral de 2010 ao promovê-la pelo País. No discurso, Dilma falou, por exemplo, sobre o empenho do governo federal em combater a crise financeira internacional e evitar que os sintomas da recessão se aprofundem no mercado doméstico. Disse ainda que espera ver o PT unido daqui para a frente, para assegurar a continuidade do projeto em execução pelo presidente Lula. Dilma, segundo petistas, encerrou sua intervenção alegando que estava presente no jantar principalmente para escutar e passou a palavra aos colegas de partido.

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