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Novos ministros gastam tempo com políticos

Marcelo Castro (PMDB) reservou 70 audiências de sua agenda para receber parlamentares; Herder Barbalho, 37

Por Isabela Bonfim e Ligia Formenti
Atualização:

BRASÍLIA - No primeiro mês à frente de suas pastas, os novos ministros de Dilma Rousseff transformaram seus gabinetes em ambientes disputados pelos parlamentares. As reuniões com deputados e senadores dominam a agenda de Marcelo Castro (Saúde), Helder Barbalho (Portos) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), confirmando o caráter político pelo qual foram nomeados.   Sem surpresas, maioria absoluta dos visitantes vem do PMDB. A movimentação no gabinete de Castro - campeão de audiências políticas - começa cedo. Desde que assumiu a Saúde, o ministro cumpriu 60 encontros com deputados, 10 com senadores, além de audiências com vereadores, prefeitos e secretários da saúde municipais. As reuniões demoram cerca de meia hora e se estendem até o fim da tarde. O início das manhãs e das noites é reservado para tratar assuntos com sua equipe, que ainda está em composição.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB) Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Diagnóstico. Ex-colegas da Câmara são só elogios para o tom conciliador. “Havia uma demanda reprimida”, afirmou o deputado Odorico Monteiro, do PT cearense, que esteve pelo menos duas vezes com Castro nestes últimos dias. “Ficamos próximos. Ele está ouvindo pedidos, obras que precisam ser feitas, prioridades locais que necessitam ser atendidas”, completou. 

O ministro afirma que a intenção da rotina criada neste último mês foi de fazer um diagnóstico das necessidades e estabelecer diretrizes.

Outro bom anfitrião, Helder Barbalho encontrou espaço, entre as viagens técnicas aos portos brasileiros e reuniões com administradores de terminais hidroviários, para receber 37 parlamentares. Há dias em que a agenda é totalmente dedicada a essa finalidade, com quase dez visitas. Entre atendimentos a deputados, especialmente, de Santa Catarina e Paraná para tratar de infraestrutura, vereadores e prefeitos vêm em maioria do Pará, Estado de origem do ministro. Ele não nega sua função de agente político. 

Os mais próximos relembram uma frase recorrente de Helder Barbalho: “O fato de você ser indicado político, não te desobriga de entregar resultados na área que você administra”.

Uma visitante assídua, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), foi recebida três vezes. Ela preside a Comissão de Orçamento e está, por ora, trabalhando nas receitas de 2016. No próximo ano, a Secretaria dos Portos terá um orçamento provável de R$ 13 bilhões para o PAC. Em troca, a pasta deve enviar a verba de licitações de terminais da Companhia das Docas direto para o caixa do Tesouro.

Celso Pansera não teve muito tempo à frente do Ministério de Ciência e Tecnologia. Assumiu às vésperas do feriado e viajou com a comitiva da presidente para a Finlândia. Nos 11 dias em que cumpriu agendo no Brasil, ele recebeu oito parlamentares. Mais da metade foram do PMDB, padrão semelhante ao das pastas de Saúde e Portos. Dos 60 deputados atendidos por Castro, 28 pertencem a mesma legenda. Das 37 visitas recebidas por Barbalho, 21 são do PMDB. 

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