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Novos atos indicam que grupo de Agaciel operou após afastado

Senado vai investigar os novos atos secretos; todos foram assinados na gestão de Agaciel e Zoghbi

Por André Mascarenhas , Carol Pires e da Agência Estado
Atualização:

A descoberta de novos 468 atos secretos no Senado, após a conclusão de levantamento sobre os outros cerca de 500 revelados pelo Estado, são um indício de que o grupo do ex-diretor-geral  Agaciel Maia operou depois que a nova diretoria-geral da Casa assumiu.

 

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A conclusão é de um funcionário próximo ao primeiro-secretario do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI). A publicação dos novos atos secretos "só pode ter sido por quem já estava lá e que tinha acesso" aos atos, explicou o funcionário.

 

Com a divulgação, o primeiro-secretário anunciou nesta quinta-fera, 13, a instalação de uma comissão de inquérito para analisar os novos atos secretos. Além desses, já tinham sido identificados outros 511 atos no Senado, com nomeações de servidores e concessões de benefícios sem a publicação exigida por lei. A decisão de instalar a comissão foi aprovada em reunião da Mesa Diretora da Casa.  

 

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Na tentativa de explicar como é possível que tenham aparecido de repente mais atos secretos - após o fim dos trabalhos da comissão que examinou os 511 -, Heráclito Fortes disse acreditar que pode ter havido má-fé de algum servidor que teria inserido os 468 atos no sistema informatizado de publicações do Senado. "Considero sabotagem, ou até mesmo molecagem, por parte de servidores que se acham fundamentalistas e acreditam que ainda vão voltar ao poder", afirmou o primeiro-secretário.

 

Sobre a possibilidade de ter sido o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia o servidor que incluiu os 468 atos no sistema, Heráclito disse: "Não gosto de fulanizar. Mas, com certeza, foram pessoas de gestões passadas tentando desestabilizar a atual gestão."

 

O secretário afirmou que os 468 atos tratam de questões administrativas e foram todos assinados no período de 1998 e 1999, quando o presidente do Senado era Antonio Carlos Magalhães (ACM - falecido há dois anos). Heráclito ressalvou, no entanto, que apenas três foram assinados por ACM.

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Atos tardios

 

Os novos atos secretos teriam sido inseridos no sistema de publicação do Senado dias após iniciada a investigação sobre os cerca de 500 atos revelados inicialmente, e a maior parte dos documentos datam de um mesmo dia - 29 de maio. 

 

Segundo o assessor de Heráclito, a coincidência de datas indica que os funcionários responsáveis pela publicação premeditaram dar publicidade para os atos secretos somente após a divulgação dos primeiros 500 atos.

 

 

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